Sem conseguir segurar a popularidade, governo distribui o que já era dos aposentados e ainda gasta R$ 50 milhões pra dizer que está tudo bem

Por Cláudio Ulhoa

Em meio a uma crescente crise de imagem e insatisfação popular, o governo Lula decidiu antecipar o pagamento da primeira parcela do 13º salário para aposentados e pensionistas do INSS. A medida, que normalmente ocorre no segundo semestre, foi anunciada como uma forma de alívio financeiro, mas tem sido interpretada por analistas como um gesto de desespero político.

O mais curioso é que, um dia antes do anúncio, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, havia classificado a antecipação como inviável para abril. A fala contraditória entre membros do governo evidencia uma falta de coesão interna que só reforça a fragilidade da atual gestão.

Enquanto isso, o vice-presidente Geraldo Alckmin tenta justificar a queda de popularidade de Lula culpando o clima e a valorização do dólar, eximindo o governo de responsabilidades mais concretas como o descontrole fiscal e a insegurança política. Já a Secretaria de Comunicação Social, comandada por Sidônio Palmeira, lançou uma campanha publicitária de R$ 50 milhões para tentar reverter a imagem negativa — investimento que também vem sendo duramente criticado.

Em vez de apostar em propaganda, o governo poderia investir em soluções reais e planejamento sólido. A antecipação do 13º sem estratégia sustentável é apenas um paliativo, que pode custar caro aos aposentados no fim do ano e agravar ainda mais a desconfiança popular.