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Por Cláudio Ulhoa

Deputados da “direita de fachada” traem o eleitorado e aumentam o custo da política

Published On: 12/05/2025 21:58

Votação que amplia número de cadeiras na Câmara revela hipocrisia de parlamentares que se dizem conservadores, mas atuam por conveniência e autopreservação

Por Cláudio Ulhoa

A máscara de muitos deputados que se autoproclamam “de direita” caiu de vez. Em nome de um suposto ajuste na representatividade dos estados, o Congresso Nacional aprovou o aumento do número de cadeiras na Câmara dos Deputados — um verdadeiro tapa na cara do eleitor conservador que acredita na austeridade, na responsabilidade fiscal e na coerência ideológica.

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou uma readequação das vagas, não o seu aumento. Mas, em um movimento sorrateiro e oportunista, parlamentares transformaram a obrigação de reorganizar em uma brecha para ampliar — e, com isso, inflar ainda mais a máquina pública. O que poderia ser feito sem nenhum acréscimo de deputados virou um jogo de interesses políticos escancarado.

Pior: parlamentares de estados como São Paulo, o mais populoso e sub-representado do país, votaram contra os próprios eleitores. Nomes como Antônio Carlos Rodrigues e Tiririca ignoraram a distorção histórica que prejudica o estado e preferiram compactuar com a esculhambação. Votaram por conveniência, por barganha, por submissão a interesses escusos — menos pelo povo.

É o retrato de uma oligarquia disfarçada de democracia. Aumenta-se o número de deputados, mas não se aumenta a qualidade da representatividade. Ao contrário, empurra-se ao contribuinte uma conta bilionária: cada novo parlamentar custará milhões anuais aos cofres públicos, sem contar os repasses extras de emendas parlamentares.

Essa é a “direita” que fala grosso contra o comunismo, mas sussurra quando se trata de defender os princípios que diz representar. Em 2026, o eleitor precisa lembrar dos nomes. Traidor não se recicla. Se afasta das urnas.

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