Após queda do IOF, Planalto enfrenta pressão por cortes e revela despreparo para lidar com o Congresso

Por Cláudio Ulhoa

A derrota histórica de Lula com a derrubada do decreto do IOF não é apenas simbólica; é a prova escancarada de que o governo perdeu o controle político e econômico do país. Em 33 anos, nenhum presidente havia sofrido revés parecido, e agora, além de encarar a crise fiscal, o Planalto precisa administrar um Congresso cada vez mais impaciente e resistente a bancar as contas do populismo petista.

O governo queria arrecadar mais R$ 20 bilhões via aumento do IOF. Com a queda, será obrigado a cortar ao menos R$ 10 bilhões de despesas; incluindo saúde, educação e programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida. Quem paga a conta? O povo mais pobre, como sempre. Enquanto isso, Lula mantém sua extensa comitiva de viagens e não cogita reduzir o número absurdo de ministérios, muitos dos quais ninguém conhece nem o nome.

O relator do projeto, Coronel Crisóstomo (PL), foi direto: faltou articulação, sobrou arrogância. O governo sequer dialogou com os líderes do Congresso e tentou, mais uma vez, empurrar goela abaixo uma decisão que afeta diretamente a população.

Agora, em vez de reconhecer o erro, o PT ameaça acionar o STF; um movimento perigoso que tenta diminuir o papel do Congresso e enfraquecer a democracia. A verdade é que Lula governa de costas para a realidade: não assume o rombo fiscal, não corta na própria carne e ainda quer que os parlamentares aplaudam.

O Brasil não suporta mais um governo que erra, ignora e insiste. O alerta foi dado: ou o Planalto muda sua postura, ou o país vai afundar junto com seu comando.