Solange Srour debate política fiscal em painel da Expert XP 2025

Publicado em: 09/07/2025 08:21

Solange Srour construiu sua carreira observando de perto os movimentos mais sutis – e, por vezes, disruptivos – da política monetária e fiscal tanto do Brasil quanto do exterior.

Com passagens de peso pelo mercado financeiro, ela foi economista-chefe da ARX Investimentos por 15 anos, liderou o time de macroeconomia do Credit Suisse Brasil entre 2020 e 2023, e hoje ocupa o cargo de head de Macroeconomia para o Brasil no UBS Global Wealth Management. Formada pela PUC-Rio, onde também concluiu seu mestrado, Solange é conhecida no mercado por combinar análises técnicas robustas com uma leitura aguda do cenário político-econômico.

Toda essa expertise poderá ser conferida durante a Expert XP 2025, quando Solange Srour participa de painel sobre a política fiscal do Brasil, seus “desafios e caminhos”, junto Pedro Jobim, da Legacy Capital, e Caio Megale, da XP.

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Brasil

A economista, em recente coluna no jornal Folha de S.Paulo, foi taxativa ao tratar da situação fiscal brasileira. Para ela, o episódio da tentativa de elevação do IOF — mesmo sendo um imposto que poderia ser alterado sem necessidade de aprovação do Congresso — escancarou duas realidades duras da política fiscal nacional.

A primeira: o governo encontrará enormes dificuldades para cumprir as metas do novo arcabouço fiscal por meio de aumento de impostos. A segunda: até agora, não há qualquer sinal de disposição política para enfrentar de fato o crescimento das despesas obrigatórias.

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Ela lembrou que a solução apresentada, mais uma vez, foi a promessa de cortar benefícios fiscais — uma medida que, apesar de recorrente no discurso de diversos governos, nunca se concretizou. “Discurso antigo, tentado inúmeras vezes, e que nunca se materializou.”

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E foi além: o que chama a atenção, segundo ela, em sua coluna na Folha, não é a ausência de riscos, mas justamente a falta de reação a eles. Analistas e investidores, escreveu, se perguntam se há uma subestimação generalizada dos riscos ou se o mercado estaria fazendo uma leitura mais refinada, separando riscos de curto prazo daqueles estruturais.

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Ela observou ainda que há uma aposta corrente de que, passado o ciclo eleitoral, o país será forçado a ajustar sua trajetória fiscal — seja por escolha ou por pressão. “O Brasil já se debruçou sobre o abismo algumas vezes, mas nunca saltou”, destacou na coluna. Talvez, ela sugeriu, o mercado esteja novamente confiando que o país seguirá à beira, mas sem cair.

Mesmo assim, reconheceu que parte dos riscos globais joga a favor dos emergentes, como o Brasil. A combinação de uma taxa Selic elevada e um dólar mais fraco impulsiona a valorização do real, o que ajuda a conter a inflação e abre algum espaço para o início do ciclo de cortes de juros.

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E, num mundo mais volátil, ela destacou, em sua coluna na Folha, ser um grande exportador de commodities ainda oferece uma camada de proteção — apesar da fragilidade fiscal.

Por fim, segundo ela, o fato de o mercado não reagir aos riscos hoje, no entanto, não significa que eles não existam. Para Solange, é justamente essa apatia que pode torná-los ainda mais perigosos.

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