Lula e Barroso definem que resposta a Trump deve ser política

Publicado em: 09/07/2025 23:40

Os 2 conversaram por telefone no início da noite sobre a ofensiva do norte-americano ao Supremo em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Roberto Barroso, no início da noite desta 4ª feira (9.jul.2025). Ambos discutiram qual deveria ser o tom da resposta do Brasil à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), de elevar as tarifas para produtos brasileiros importados para 50%.

Lula e Barroso decidiram que a resposta deveria ficar por conta do governo federal e do Itamaraty. Consideraram que a carta enviada pelo republicano era de caráter político e por isso, a reação brasileira deveria permanecer no mesmo campo. Dessa forma, o STF não deve se pronunciar neste momento sobre o caso.

Depois da ligação, Lula participou de uma reunião chamada por ele de última hora para discutir com o núcleo de seu governo qual deveria ser a resposta. Ao final, o presidente divulgou uma nota em que também ameaçou elevar tarifas sobre os produtos importados dos Estados Unidos. Leia a íntegra da nota (PDF – 208kB).

No comunicado da Casa Branca, Trump justificou o aumento das tarifas pelo tratamento que o governo brasileiro deu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no STF por tentativa de golpe de Estado e a quem o republicano disse respeitar “profundamente”.

“O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”, afirmou Lula.

O presidente dos EUA disse que o aumento das tarifas é devido também aos ataques insidiosos do Brasil às “eleições livres e aos direitos fundamentais de expressão”. Trump declarou que o STF emitiu “centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS” a plataformas de mídia dos EUA. Afirmou que a Corte ameaçou as empresas com multas em “milhões de dólares” e expulsão do mercado brasileiro.

Em resposta, Lula disse que a “sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática. No Brasil, liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas. Para operar em nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras estão submetidas à legislação brasileira”, disse.




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