Brasil tem 11,8 milhões de pessoas morando em unidades de conservação
O Brasil possui 11.809.398 pessoas residentes em 1.138 unidades de conservação distribuídas em 1.375 municípios brasileiros. Ou seja, cerca 5,8% da população brasileira vive nessas regiões. Os resultados foram divulgados, nesta sexta-feira (9/7), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio do Censo 2022: Unidades de Conservação.
De acordo com o IBGE, uma unidade de conservação é definida como espaço territorial e os seus recursos ambientais, que possuem características naturais relevantes. As áreas são legalmente instituídas pelo poder público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração.
Considerando todos os moradores, foi apontado que 11.466.934 pessoas são residentes em Áreas de Proteção Ambiental (APA) e encontram-se presentes em todas as unidades da federação. Foram identificados 89 municípios em que a totalidade da população municipal se encontra localizada em APAs. Há também 33.507 em florestas nacionais, estaduais ou municipais, além de 122,239 em reservas extrativistas.
O Nordeste tem o maior quantitativo de população residindo em unidades, seguida da Sudeste, sendo que as regiões são responsáveis por 74% da população residente nos espaços.
São Paulo e Maranhão são os estados com mais pessoas vivendo nessas áreas, registrando, respectivamente, 2,48 milhões e 1,55 milhão de habitantes. Bahia (1,35 milhão) e o Distrito Federal (1,10 milhão) também se destacam na quantidade de pessoas morando em unidades de conservação.
Veja unidades de conservação mais populosas no Brasil
- Área de Proteção Ambiental do Planalto Central (DF/GO) – 601.773
- Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense (MA) – 583.882
- Área de Proteção Ambiental de Upaon-Açu / Miritiba / Alto Preguiças (MA) – 509.977
- Área de Proteção Ambiental Sistema Cantareira (SP) – 495.859
- Área de Proteção Ambiental Jundiaí (SP) – 449.143
- Área de Proteção Ambiental Piracicaba Juquerí-Mirim Área II (SP) – 430.934
- Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São Bartolomeu (DF) – 360.760
- Área de Proteção Ambiental Serra da Ibiapaba (CE) – 352.779
- Área de Proteção Ambiental de Petrópolis (RJ) – 242.034
- Área de Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses (MA) – 240.498
Mais da metade (51,12%) das pessoas de pessoas residentes nos territórios se consideram pardas. Além disso, há mais de 35% de brancos e 11,9% são pretos.
Menos de 2,4% dos 11 milhões de habitantes são quilombolas. No entanto, o IBGE indicou que 282.258 desse grupo étnico vivem nas unidades de conservação. Isso equivale a 21,22% do total da população quilombola no país.
Além disso, 7,84% da população indígena reside nos territórios. De acordo com o levantamento, existem outras 1.227 unidades de conservação (51,88%) sem qualquer população.
Outros dados aprensentados pelo Censo 2022 sobre unidades de conservação:
- 93,9% dos moradores contam com abastecimento de água nas unidades de conservação
- 97,75% dos moradores contam com a existência de banheiros nas unidades de conservação
- 75,74% dos moradores contam com esgotamento sanitário nas unidades de conservação
- 93% de taxa de alfabetização e de analfabetismo por localização situação do domicílio
- 87,41 dos moradores das unidades de conservação vivem na zona rural
- 2,4 milhões de pessoas vivem em unidades de conservação federais e 7,8 milhões em estaduais
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, existe a predominância de homens em relação a mulheres nas faixas de idade abaixo de 30 anos e uma predominância de mulheres nas faixas de idade a partir de 30 anos. O IBGE identificou uma possível queda de fecundidade entre a população residente desse recorte nos últimos 25 anos.
Alfabetização e saneamento básico
“Os resultados do Censo Demográfico 2022 mostram que, no país, há 9.245.172 pessoas de 15 anos ou mais de idade, residindo em unidades de conservação, das quais 8.427.789 sabiam ler e escrever um bilhete simples (alfabetizadas) e 817.383 não sabiam ler e escrever um bilhete simples (analfabetos)”, alega o IBGE. A taxa de alfabetização das pessoas residentes em unidade de conservação é de 91,16%, um pouco abaixo da taxa nacional, que é de 93,0% para esse grupo de idade.
O IBGE verificou que, em unidades de conservação, o quantitativo de domicílios sem banheiro ou sanitário era de 46.239 (1,16%), onde viviam 158.594 (1,35%) pessoas. Para 4,2 milhões de pessoas moram em casas cuja principal destinação do esgoto é para fossa rudimentar, buraco, vala, rio, córrego, mar, outra forma ou sem esgotamento. Nas unidades de conservação, há 1.918.408 pessoas em residências onde o lixo domiciliar é queimado ou enterrado na propriedade, jogado em terreno baldio, encosta ou área pública ou outro destino.
“A sobremortalidade masculina foi superior a três óbitos de homens para cada óbito feminino dos 15 aos 29 anos de idade e a 2 óbitos de homens para cada de mulheres nas faixas de 30 a 39 anos de idade. Esses grupos etários estão expostos, em grande medida, a morte por causas externas ou violentas, como homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, entre outras”, mostra a pesquisa.
Cor e etnia
O levantamento apontou que 51,12% dos que vivem em unidades de conservação se declaram como pardos, 35,82% como brancos e 11,9% pretos.
Menos de 2,4% dos 11 milhões de habitantes são quilombolas, registrando 282.258 pessoas desse grupo étnico. Isso equivale a 21,22% de toda população quilombola no país.
“A maioria da população quilombola residente em unidades de conservação é do Maranhão, 170 606 pessoas quilombolas, o que corresponde a 60,44% das pessoas quilombolas residentes em unidades de conservação, e a Bahia concentra 61 331 pessoas quilombolas nessa localização, ou seja, ambas são responsáveis por 82,17% da população quilombola residente em unidades de conservação”, indicou o Censo 2022.
Além disso, 7,84% da população indígena reside nos territórios. De acordo com o levantamento, existem outras 1.227 unidades de conservação sem qualquer habitante.
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