Segunda autópsia revela que Juliana Marins morreu 32 horas após queda

Publicado em: 11/07/2025 20:37

O resultado da segunda autópsia do corpo de Juliana Marins, jovem que morreu após cair de trilha de vulcão na Indonésia, foi divulgado de forma oficial nesta sexta-feira (11/7). Em coletiva de imprensa que contou com os peritos brasileiros que produziram o novo laudo e com a família da vítima, foi confirmado que a publicitária morreu 32 horas depois da primeira queda, ocorrida no dia 20 de junho conforme o horário local.  

De acordo com os especialistas, a análise brasileira, solicitada pelos familiares, confirma o que havia sido atestado pelos legistas indonésios. O resultado do novo exame do cadáver, sigiloso e de responsabilidade da Polícia Civil do Rio de Janeiro, foi vazado à imprensa na última quarta (9/7). A divulgação não permitida é investigada pela Polícia Federal. 

A brasileira caiu cerca de 220 metros até um paredão rochoso do Monte Rinjani, conforme aponta cronologia estimada pela autópsia. Apesar de o primeiro resgate ter saído da base do parque quatro horas após a primeira queda, a irmã de Juliana, Mariana Marins, explica que a equipe desceu apenas 150 metros de rapel.  

Imagens de um drone térmico de dois dias depois mostraram que a publicitária ainda estava viva àquele momento. Pouco tempo depois, porém, conforme atesta o laudo, escorregou de costas por mais 60 metros e sofreu nova queda, que provocou hemorragia interna resultante de lesões poliviscerais e politraumatismo. 

Ela morreu entre 10 e 15 minutos depois desse segundo baque, por volta das 12h do dia 22 de junho, dois dias após o acidente. Depois da morte, o corpo deslizou até o ponto em que foi encontrado, no dia 24, a 650 metros de onde Juliana havia caído. O resgate ocorreu no dia 25. 

As dificuldades para realização do exame cadavérico foram relatadas por peritos na entrevista desta sexta. Entre elas, o fato de o corpo de Juliana estar embalsamado — ou seja, preservado para impedir putrefação durante a viagem da Indonésia até o Rio de Janeiro — comprometeu parte das análises.  

“Foi uma autópsia totalmente contaminada no sentido técnico”, afirmou o perito Reginaldo Franklin, conforme replica a Agência Brasil. “Os órgãos já estão praticamente sem sangue, pálidos, e naturalmente se fez necessário um processo de embalsamamento com formol. Tem um prejuízo, mas o formol possibilitou conservar as lesões externas e os órgãos internos.” 

O horário da morte da publicitária foi determinado por meio de vestígios presentes no couro cabeludo. Aparelho de radiologia verificou, também, fraturas nas costelas, no fêmur e na pelve, com sangramento intenso.  

A irmã Mariana Marins criticou a demora no trabalho das equipes de resgate durante o processo de socorro. Para ela, se as ações tivessem sido mais rápidas, a irmã poderia ter sido salva.

“Estávamos esperando esse momento do laudo”, revelou. “Agora, vamos ver o que fazer. Só de o Basarnas (instituição nacional de resgate da Indonésia) ter sido chamado um período longo depois do acidente já é algo a ser considerado. Já sabiam que era um acidente grave. E estavam sem o equipamento correto para chegar até o local. São vários pontos a serem considerados.” 



  • Mariana Marins, irmã de Juliana, esclarece o acidente durante coletiva de imprensa concedida pela família

    Mariana Marins, irmã de Juliana, esclarece o acidente durante coletiva de imprensa concedida pela família
    Tânia Rêgo/Agência Brasil



  • Perito Nelson Massini explica laudo produzido no Brasil durante coletiva de imprensa concedida pela família de Juliana Marins

    Perito Nelson Massini explica laudo produzido no Brasil durante coletiva de imprensa concedida pela família de Juliana Marins
    Tânia Rêgo/Agência Brasil



  • Perito Nelson Massini explica laudo produzido no Brasil durante coletiva de imprensa concedida pela família de Juliana Marins

    Perito Nelson Massini explica laudo produzido no Brasil durante coletiva de imprensa concedida pela família de Juliana Marins
    Tânia Rêgo/Agência Brasil



  • Mariana Marins, irmã de Juliana, esclarece o acidente durante coletiva de imprensa concedida pela família

    Mariana Marins, irmã de Juliana, esclarece o acidente durante coletiva de imprensa concedida pela família
    Tânia Rêgo/Agência Brasil


“Na esfera cível, a família tem possibilidades efetivas de procuração na própria Indonésia em relação a indenização por dano moral”, esclareceu a defensora pública federal Taísa Bittencourt. Ela mencionou, também, a possibilidade “de levar o caso para uma comissão de direitos humanos da ONU”. 



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