Tarcísio propõe “deixar política de lado” para negociar tarifaço com EUA

Publicado em: 12/07/2025 18:16

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou nesta tarde em entrevista coletiva que o tarifaço imposto ao Brasil pelos EUA tem um impacto “complicado” para o estado e fez um apelo a negociadores para “deixar a política de lado” na busca de uma solução para a questão.


Tarcísio se pronunciou sobre o assunto quatro dias depois de o presidente americano, Donald Trump, ter anunciado a medida, questionado por jornalistas em Cerquilho (SP). O governador visitou a cidade no interior para participar da formatura de alunos de um curso de capacitação profissional promovido pelo estado.


A imposição americana de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros foi anunciada junto de críticas de Trump ao processo que o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta no Brasil por tentativa de golpe de estado, e sugeriu que a ação penal seja extinta.




Ao falar sobre o assunto pela primeira vez, Tarcísio negou que tenha procurado o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar interferir no processo, qualificando a informação como “bobagem”, e disse que está atuando apenas de forma lateral para resolver na questão.


— A competência para fazer a negociação é do governo federal, da diplomacia brasileira. A diplomacia brasileira, ao longo dos anos, sempre se saiu muito bem. A gente, obviamente, está tentando nutrir a embaixada dos Estados Unidos de mais informações — disse o governador. — O que a gente procura mostrar é o cenário da economia paulista e quais são os números para fortalecer tomadas de decisão. Aqui temos um problema, vamos ver se a gente consegue resolver isso no intuito de contribuir com a informação.


Durante a entrevista, Tarcísio mencionou casos de impacto já estudados pelo governo. A Embraer, afirma terá um acréscimo de US$ 9 milhões de impostos na venda de cada uma das 90 aeronaves que a American Airlines encomendou, por exemplo. No agronegócio, o governador mencionou provável impacto nos setores sucroalcooleiro e de suco de laranja.


Tarcísio disse que, em conversa com um encarregado de assuntos de negócio da embaixada americana, teria tentado “sensibilizar” os EUA para o problema do tarifaço, que terá efeitos ruins dos dois lados.


No meio do fogo cruzado entre o setor produtivo contrário à tributação punitiva e correligionários favoráveis à medida como sanção política, Tarcísio disse que é preciso “conversar” para resolver a situação.


— O momento demanda união de esforços e demanda sinergia porque é algo complicado para o Brasil. É algo complicado para alguns segmentos da nossa indústria e do nosso agronegócio — afirmou. — A gente precisa estar de mãos dadas agora para resolver. Vamos deixar a questão política de lado e vamos tentar resolver essa questão.


Questionado sobre a pressão que lideranças bolsonaristas fazem pela anistia a Bolsonaro em troca do fim do tarifaço, Tarcísio, disse que é uma questão “de ponto de vista”


— Nesse momento eu tenho que olhar o estado de São Paulo. Eu sou governador do estado, existem interesses que precisam ser preservados, interesses das nossas empresas, dos nossos produtores — afirmou. — Eu estou falando de empregos, estou falando de pais de família, então nesse momento é a defesa que eu estou fazendo.


 


 

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