Disputa entre Eduardo e Tarcísio é para buscar a bênção de Bolsonaro para 2026
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Redação O Sul
| 15 de julho de 2025
Eduardo Bolsonaro foi às redes sociais criticar mais uma vez Tarcísio, acusando o que chamou de “subserviência servil”
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Eduardo Bolsonaro foi às redes sociais criticar mais uma vez Tarcísio, acusando o que chamou de “subserviência servil”. (Foto: Reprodução)
O “tarifaço” anunciado pelo presidente americano Donald Trump levou a uma escalada da disputa entre o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Os dois são apontados como prováveis candidatos à Presidência diante da inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL).
Na segunda-feira, após uma série de críticas veladas, Eduardo expôs seu incômodo com Tarcísio e classificou como “falta de inteligência e de respeito” a tentativa de negociar acordos com o governo americano e com o Supremo Tribunal Federal.
Nesta terça-feira (15), Eduardo Bolsonaro foi às redes sociais criticar mais uma vez Tarcísio, acusando o que chamou de “subserviência servil” na relação do governador com o empresariado brasileiro.
“Se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades. Mas como, para você, a subserviência servil as elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda”, escreveu.
“Sem problema [sobre a posição de Eduardo]. Neste momento, estou olhando para São Paulo, para o seu setor industrial, para sua indústria aeronáutica, de máquinas e equipamentos, para o nosso agronegócio, para nossos empreendedores e trabalhadores”, rebateu Tarcísio.
O governador, por outro lado, manteve a abordagem conciliatória e chamou o encarregado de negócios da embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, para uma segunda reunião em cinco dias.
Em meio às divergências entre Eduardo e Tarcísio, outros filhos do ex-presidente sinalizaram concordância com os movimentos do governador. Bolsonaro, por sua vez, disse à Jovem Pan ter se reunido longamente com Tarcísio na última semana e que o aliado “tem a agenda dele, tenho a minha e temos a nossa”.
Eduardo, que se licenciou do mandato em março e permanece nos EUA desde então, já vinha mostrando descontentamento com ações de Tarcísio. Nesse período, o governador se cacifou como o mais cotado para disputar a Presidência com aval de Bolsonaro. Na segunda-feira, o deputado criticou Tarcísio por se reunir com o encarregado de negócios dos EUA, sob a justificativa de “sensibilizar” o governo americano a recuar.
Eduardo alegou que o movimento de Tarcísio não foi combinado com o pai. O deputado também criticou a proposta do governador, levada a ministros do STF, para uma devolução do passaporte de Bolsonaro, a pretexto de o próprio ex-presidente negociar uma solução com Trump. O documento está retido desde fevereiro de 2023, devido à ação da tentativa de golpe.
“Faltou inteligência ao Tarcísio nesta negociação, e faltou respeito a mim. Bolsonaro tem um filho nos Estados Unidos, com acesso à Casa Branca, e ele tenta passar por cima disso, dialogando com pessoas do sexto escalão da diplomacia americana, sem nos consultar. É uma clara falta de respeito. E o pior: sem consultar Jair Bolsonaro. Não sabemos a interpretação que os ministros do Supremo podem ter de um pedido para que ele venha aos EUA”, disse o deputado federal.
A crítica ocorre em um momento em que aliados de Bolsonaro vêm cobrando, nos bastidores, que Eduardo retorne ao Brasil e reassuma o mandato de deputado. A avaliação é que, com a medida de Trump, a “missão foi cumprida” nos EUA. O período de licença não remunerada a que Eduardo tem direito vence no fim deste mês; caso não volte ao país, o deputado corre risco de cassação. Na segunda-feira, Eduardo disse ao GLOBO que não pretende abrir mão do próprio mandato e que é possível que ele seja cassado “por faltas”.
As críticas de Eduardo haviam ganhado relevo no último mês, após Tarcísio viajar aos Estados Unidos e adotar um discurso de presidenciável em reuniões com executivos. Em entrevistas, o deputado disse que Tarcísio seria candidato à reeleição, e também avaliou que uma eleição sem o pai teria espaço apenas ao que chamou de “direita permitida”. Aliados do ex-presidente também criticaram, de forma reservada, o fato de Tarcísio evitar ataques ao STF em manifestações bolsonaristas.
(Com informações do jornal O Globo)
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2025-07-15