Economia não pode ser refém de ‘crises políticas pessoais’, diz CNA
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou há pouco uma nota com críticas ao governo Lula, ao Congresso Nacional e ao papel do Judiciário, afirmando que a economia do país não pode ficar “refém” de “crises políticas pessoais”.
Para a maior entidade do agro, enquanto o “Brasil real” tenta recuperar a economia, atrair investimentos, abrir mercados e gerar empregos, a política nacional “insiste em girar em torno de uma pauta estéril, paralisante, marcada por radicalismos ideológicos e antinacionais”.
“A presença dessa agenda como prioridade, inclusive nas relações internacionais, ficou ainda mais evidente com a carta do presidente Donald Trump, um gesto simbólico, mas que reverberou nas instituições brasileiras e criou novo ruído na imagem do país no exterior”, diz a CNA.
Na visão da confederação, o Brasil deveria estar consolidando sua posição como fornecedor estratégico de alimentos, energia limpa e minerais críticos, mas volta às manchetes internacionais por suas “crises políticas pessoais” internas.
“O Brasil tem sido governado, direta ou indiretamente, por uma obsessão com o passado. O Congresso Nacional, pressionado por suas bases políticas, perde tempo em disputas e manobras que têm pouco a ver com os interesses econômicos do país. O Judiciário, por seu turno, também tem sido envolvido em um protagonismo institucional que, embora muitas vezes necessário, alimenta uma instabilidade constante”, escreve a CNA.
“E o governo atual é muito culpado também. Em vez de assumir a liderança de uma agenda pragmática e pacificadora, optou por reabrir feridas políticas, reforçando antagonismos e muitas vezes tratando adversários como inimigos. Essa escolha tem custo. A confiança empresarial, a previsibilidade regulatória e a estabilidade institucional, pilares de qualquer economia saudável, são minadas quando o próprio governo entra no jogo da revanche”, acrescenta.
Na nota, a CNA defende reformas estruturais que destravem o crescimento, de segurança jurídica e de um ambiente político que permita pensar no médio e longo prazo.
“É preciso que alguém diga o óbvio: a economia não pode continuar sendo refém de narrativas políticas que alimentam extremos e paralisam decisões. O Brasil precisa voltar a olhar para frente. E isso exige maturidade, de todos os lados. A política precisa corrigir essa grave crise”, afirma a entidade.
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