Delegada diz que padrasto de jovem envenenado cometeu abuso sexual contra enteados

Publicado em: 17/07/2025 21:34

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Três irmãos de Lucas da Silva Santos, 19, jovem internado em estado grave após comer um bolinho de mandioca envenenado em São Bernardo do Campo (SP), denunciaram o padrasto, Ademilson Ferreira dos Santos, por abusos sexuais durante a infância, segundo a delegada Liliane Lopes Doretto, do 8º DP do município, responsável pelas investigações.

 

“Sim [havia histórico de violência e abuso]. Contra o Lucas eu não posso afirmar. Contra os outros irmãos que aqui vieram, eles depuseram e há sim falas deles nesse sentido. Lógico, é um crime difícil de provar porque faz algum tempo, mas ainda não prescreveu e, efetivamente, eu vou instaurar um inquérito de crime de abuso sexual contra ele”, afirmou a delegada.

Ademilson foi preso temporariamente nesta quarta-feira (16), sob suspeita de ser o responsável pelo envenenamento. Ele deve ser acusado pelo envenenamento, por abusos e, eventualmente, por violência doméstica. Ele negou as acusações e não apresentou defesa.

Doretto disse que os abusos começaram quando as vítimas tinham entre 4 e 9 anos e perduraram.

A delegada classificou o homem como manipulador e disse que Lucas pode ter sido vítima de subjugação, de “crime contra a sexualidade dele, reiteradamente, há muitos anos”.

Ademilson, de acordo com a investigação, havia enviado mensagem para um pastor reclamando do enteado, por ele querer sair de casa, e afirmou que teve vontade de matá-lo, mas resistiu ao ímpeto.

A decisão do jovem, “e a perda do controle que ele [Ademilson] tem sobre a família inteira pode, sim, ser a motivação”, disse a delegada.

A delegada afirmou também que a mãe de Lucas contou que, enquanto o jovem passava mal após comer o bolinho, o padrasto foi tomar café.

“Na verdade, a mãe falou que quando o Lucas convulsionou, que foi uma cena horrível, ele se dirigiu até a cozinha para tomar um café. Ele nem tentou tirar o carro da garagem. Ele ficou tomando café”, disse.

“Eu agora já tenho elementos para a prisão preventiva [sem prazo]. É o que eu vou fazer nesses 15 dias, aguardar os laudos pertinentes. Não tenho mais nenhuma dúvida, nenhuma testemunha para ser ouvida, e aí sim, vou representar pela [prisão] preventiva”, afirmou Doretto.

Lucas está em estado grave, de acordo com a Secretaria de Saúde do município paulista.

“Foi desligada totalmente a sedação para avaliar possível sequela neurológica. Os resultados oficiais dos exames toxicológicos estão em andamento”, explicou a pasta, acrescentando que segue prestando a melhor assistência possível e que está à disposição das autoridades para auxiliar no esclarecimento do caso. Lucas está internado na UTI do Hospital de Urgência.

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