conheça o quarto de hospital número 2004, o mais luxuoso do Brasil
Com exatos três anos de vida em São Paulo, a Maternidade Star tem o quarto de hospital mais luxuoso do país. É o de número 2004, com a diária a partir de R$ 10.284 mil. Nele, a chegada de uma criança é cercada de mordomias, com direito a mimos para os pais quase inimagináveis em um ambiente médico.
O conto de fadas começa dias antes da data estimada para o parto, quando um concierge entra em contato com a mãe para detalhar o perfil da paciente. Ele procura saber o número de sapatos e das roupas para providenciar os chinelos e roupões mais confortáveis. Perguntam também se existe alguma intolerância alimentar e se há desejos a ser incluído no cardápio. Além disso, buscam saber se há uma preferência de horário para o pessoal da limpeza entrar no quarto.
O quarto 2004 é o chamado presidencial. Há ainda um segundo na mesma categoria na maternidade, mas o primeiro é o preferido pelo visual. Duas janelas, uma com 3,9 metros de comprimento, outra de 1,67, garantem uma iluminação natural em todo o ambiente, com vista ampla para o Jockey Club. Durante a internação, a família tem um serviço de mordomo, responsável por abrir as malas dos pais e do bebê, guardar as roupas e atender a qualquer solicitação para complementar o cenário de conforto.
Os presidenciais medem 60 metros e são divididos em duas áreas. Uma é reservada para a mãe, com closet, berço, local para dar banho no bebê, cadeira de amamentação, banheiro, televisão de 50 polegadas. A outra, para visitantes e acompanhantes, tem sofá para seis pessoas, mesa de jantar, banheiro e televisão. Ambos são equipados com itens da grife Trousseau, máquina de café Nespresso e uma pequena adega com espumante sem álcool, sucos, refrigerantes, chás. O abastecimento dos produtos é constante. Cada ambiente é automatizado com uma própria Alexa, que pode controlar o ar-condicionado, as persianas e a iluminação.
Os pais têm a opção de usar um aplicativo interno capaz de acionar a enfermagem, a equipe da governança, manutenção, higiene, alimentos, bebidas. O aparelho também gerencia a agenda da paciente, informando o horário das refeições e exames.
Neymar e Bruna Biancardi ficaram no quarto 2004 no nascimento das filhas Mavie, em 2023, e Mel, no início deste mês. Neymar usou a mesa para jogar poker com amigos e comemorou o nascimento das filhas com vinhos de primeira grandeza da adega do hospital, como o Château Calon-Ségur (em torno de R$ 3 mil).
Comandada pelo sommelier Gil Goes, vindo do Hotel Macksoud Plaza, a adega matriz fica na cobertura. Tem capacidade para 350 garrafas, com rótulos preciosos, sobretudo por franceses, da Borgonha, Bordeaux e Pomerol, uma sub-região de Bordeaux. Há italianos, como o Brunello di Montalcino Biondi Santi, argentinos, como o Catena e o brasileiro da Serra Gaúcha Valontano.
A cozinha da maternidade tem a chef Vitoria Torraca à frente, da escola de Poul Bocuse, em Lyon, na França. Com infraestrutura semelhante à de um grande hotel, comporta 38 funcionários, entre subchefs, confeiteiros, staff da organização, gerente de alimentos. Tudo é preparado no local, nada vem de fora. A mãe tem direito a seis refeições diárias, cada uma com ao menos três opções.
O cardápio não lembra em nada a comida de hospital . No dia em que a reportagem do GLOBO esteve na maternidade, os pacientes podiam escolher entre costelinha suína no molho barbecue com canjiquinha, palmito pupunha assado com gremolata (tempero italiano feito com raspas de limão, salsa e alho), feijão manteiguinha, salada de quinoa com legumes, entre outros. Lanche, mini canapés variados e docinhos sortidos. Sobremesa, panna cotta de manjericão e limão com compota de uvas verdes, cheesecake de doce de leite com castanhas.
Há quem queira refeições além do menu. Uma paciente do Pará que estava há mais de um mês internada no pós-parto, pediu uma refeição com receitas do seu estado, justificando que o sabor e o aroma da culinária da sua família lhe dariam paz. A chef preparou um pato no tucupi com jambu. Já houve pedido de fondue, mas a mais procurada fora do cardápio é a comida japonesa, alimento vetado para muitas mulheres durante a gestação.
— Com aval médico, qualquer desejo da mãe é atendido aqui — diz José Jair James de Arruda, vice-presidente regional sul-sudeste da Rede D’Or.
Há pouco mais de um mês, uma família quatrocentona de São Paulo quis levar a própria louça e as taças de cristal para serem usadas durante a internação da mãe. O hospital concordou, contanto que fosse tudo antes higienizado pela equipe da maternidade. Os funcionários já providenciaram também tendas decoradas para simular acampamentos para irmãos mais velhos dos recém-nascidos e visitas de pets, com regras de higiene. O único animal até hoje vetado foi um macaco, trazido escondido por uma paciente.
A segurança em torno do bebê é absoluta. Os 22 andares do hospital contêm 1053 câmeras no total. A mãe e o recém-nascido, já no berçário, recebem uma ‘pulseira tag’, dispositivo com um microchip. Caso a criança seja levada por um caminho na maternidade não previsto, se aproxime da entrada de uma escada ou mesmo atinja uma distância da mãe fora do estabelecido, o aparelho não só emite um alerta, como todas as portas da maternidade são automaticamente trancadas. Ninguém entra, ninguém sai, nem mesmo os médicos. A liberação só acontece com a vistoria da segurança. O sistema até hoje só foi acionado uma vez por engano, por não ter sido desativado na alta do bebê. Nada é perfeito.
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