
Soberano Opina | A opinião que se impõe
Por Cláudio Ulhoa
Dino foi lacrar e pode acabar sancionado
Ao tentar bancar o herói contra os EUA, Flávio Dino colocou Alexandre de Moraes no alvo da Magnitsk e de quebra pode ter carimbado o próprio passaporte para as sanções
Por Cláudio Ulhoa
Flávio Dino acordou se sentindo o super-homem do STF. Talvez tenha tomado um café forte demais, talvez tenha confundido Brasília com Washington, mas o fato é que decidiu desafiar a Lei Magnitsk, aquela que já botou medo em russos, chineses e até bilionários que não brincam em serviço. Dino, na sua versão “lacrador oficial da República”, achou que poderia cancelar os Estados Unidos como quem cancela conta de streaming.
A cena é quase cinematográfica: Dino, caneta em punho, imagina o aplauso da plateia progressista, enquanto o mundo observa… e cai na gargalhada. Porque a resposta veio mais rápido que entrega de iFood: o Departamento de Estado avisou, em bom inglês, que Alexandre de Moraes agora é “tóxico”. Tóxico, Dino! Não é o apelido de vilão da Marvel, é a realidade diplomática empresas, bancos e investidores devem fugir dele como o diabo foge da cruz.
E não para por aí. Qualquer banco que insista em manter contas do “Alexandre Global” vai descobrir da pior forma que sem Swift e sem dólar não se paga nem cafezinho. Resultado: Moraes vira peso de chumbo e Dino, nosso herói de toga improvisada, ganha o troféu de melhor relações públicas do Departamento de Estado.
Enquanto isso, Zanin o mais esperto da turma, ficou caladinho. “Problema dos outros, não vou estragar meu café da manhã com isso.” Mas Dino não, Dino quis mostrar coragem. E conseguiu: em poucas horas transformou-se no ministro que levou o STF para o mapa de sanções internacionais.
De bônus, sua canetada ainda atrapalhou prefeituras que receberiam indenizações e, segundo críticos, deu uma mãozinha involuntária para uns e outros que estavam na lista da Magnitsk. Aquelas consequências que só acontecem quando alguém resolve brincar de estrategista global sem ter passaporte diplomático para tanto.
Agora, a grande expectativa: quando Dino e Moraes vão descobrir que “lacração” não compra imunidade internacional? Talvez quando a fatura da Magnitsk chegar, com juros, correção monetária e aquele carimbo vermelho dos EUA.
Conclusão: Dino tentou lacrar contra o maior mercado do planeta. O problema é que, no lugar de “lacrar”, parece que só conseguiu se autoembalar para presente. E o destinatário? Washington, claro.