Trump transforma homenagem a Charlie Kirk em comício religioso e político
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, transformou a homenagem ao ativista conservador Charlie Kirk, assassinado em 10 de setembro, em um grande comício político marcado por apelos à “restauração da religião” e denúncias de um suposto “ataque contra toda a nação”.
Diante de cerca de 73 mil pessoas reunidas no estádio State Farm, no Arizona, Trump classificou o crime como “um ataque contra as liberdades mais sagradas e os direitos fundamentais concedidos por Deus”. Segundo ele, o disparo que matou Kirk “estava apontado para todos os americanos”. O republicano anunciou ainda que o ativista será condecorado postumamente com a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior honraria civil dos EUA.
O evento, que durou quase cinco horas, reuniu nomes de peso da administração Trump, como o vice-presidente JD Vance, o secretário de Estado Marco Rubio, o secretário da Defesa Pete Hegseth, o secretário da Saúde Robert F. Kennedy Jr. e a diretora de inteligência nacional Tulsi Gabbard. Todos exaltaram a atuação de Kirk como líder do conservadorismo cristão no país. Fundador da Turning Point ainda aos 18 anos, ele organizava debates em universidades e se tornou uma figura influente junto aos jovens da direita cristã, sendo apontado por Trump como peça-chave na eleição presidencial de 2024.
A viúva do ativista, Erika Kirk, hoje diretora executiva da Turning Point, subiu ao palco vestida de branco e afirmou perdoar o suspeito de 22 anos pelo crime. “Charlie queria salvar jovens como aquele que lhe tirou a vida. Eu o perdoo, porque é isso que Cristo faria”, disse.
Durante os discursos, vários aliados de Trump compararam Kirk a uma figura messiânica. Marco Rubio afirmou que sua missão “era como a de Jesus Cristo” e Pete Hegseth declarou que todos estavam “na igreja de Charlie”, lembrando que “Kirk” significa “igreja” em alemão. O vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Stephen Miller, amigo pessoal do ativista, fez um dos discursos mais inflamados: “Vocês pensaram que podiam matar Charlie Kirk? Tornaram-no imortal”.
O tom de campanha eleitoral foi reforçado pelo próprio Trump, que voltou a defender a “restauração das fronteiras, da ordem pública e de Deus nos Estados Unidos”, reafirmando sua promessa de “devolver a grandeza à América”.
A cerimônia, tratada pelas autoridades como evento de segurança máxima, atraiu dezenas de milhares de pessoas desde as primeiras horas do dia, muitas usando camisetas com frases como “Liberdade” e “Eu sou Charlie Kirk”.
Notícias ao Minuto