Festa por Bola de Ouro de Dembélé tem fogos na rua e grito de guerra na plateia

Publicado em: 22/09/2025 22:52

PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – A revista France Football, que organiza a Bola de Ouro, jura que o sigilo é total até a abertura do envelope com o nome do vencedor. Mas alguns minutos antes do ponto culminante da cerimônia um grupo da torcida organizada do Paris Saint-Germain, os chamados “ultras”, começou a se aglomerar na calçada diante do Teatro do Châtelet. Eles, pelo menos, não tinham nenhuma dúvida.

Assim que Ronaldinho Gaúcho, em seu terno risca de giz, anunciou o nome do vencedor, Ousmane Dembélé, esse grupo começou uma festa ensurdecedora, com fogos de artifício, sinalizadores de fumaça vermelha e bandeirões do PSG.

“Ousmane, Ballon d’Or! Ousmane, Ballon d’Or!” O grito foi o mesmo que os torcedores parisienses entoam desde o dia 31 de maio, quando Dembélé teve atuação decisiva na final da Champions League, uma histórica goleada de 5 a 0 sobre a Internazionale.

Dentro do teatro, a torcida era clara pelo herói local. Fanático pelo PSG, o DJ francês Snake, escolhido para anunciar o prêmio de time masculino do ano, puxou o grito de guerra mais famoso das arquibancadas do Parque dos Príncipes.

“Ici [aqui]…”, provocou. “C’est Paris [é Paris]!”, respondeu em uníssono a plateia.
Quando o ex-jogador e mestre de cerimônias Ruud Gullit perguntou a Lamine Yamal -que havia acabado de receber o prêmio de melhor jogador sub-21- se ele esperava subir de novo ao palco para receber o prêmio principal, o jovem espanhol sorriu, expondo o aparelho nos dentes, e balbuciou: “Não sei”.

Em seu esforço para imitar o Oscar, a Bola de Ouro inevitavelmente proporciona momentos canhestros. Por mais que ídolos do futebol hoje estejam acostumados à celebridade, falta-lhes o traquejo dos atores de cinema.

Dado a improvisar, Gullit implorou à holandesa Sarina Wiegman que volte a treinar a Holanda, como se ela não tivesse contrato com a seleção inglesa. O microfone não captou bem a resposta constrangida da treinadora: “Ainda vou ficar um tempo na Inglaterra”.

Sarina foi chamada de “Sabrina” pelo responsável por entregar-lhe o prêmio de treinadora do ano, o ex-técnico italiano Fabio Capello -algo visto por muitos como um sintoma de como no futebol as mulheres ainda precisam enfrentar o menosprezo masculino.

Agora dona de três Bolas de Ouro, a espanhola Aitana Bonmatí ressaltou que neste ano todos os prêmios masculinos tinham um equivalente feminino. “A repercussão que [a premiação] tem ajuda muito o futebol feminino.”

Houve constrangimento quando Gigio Donnarumma recebeu o prêmio de melhor goleiro. Ele foi praticamente enxotado do PSG ao final da temporada, mesmo tendo sido um dos heróis da conquista da Champions League. O italiano agradeceu aos “ex-companheiros” e… a seu novo clube, o Manchester City, da Inglaterra.

Minutos depois, foi a vez de o manda-chuva do PSG, o dirigente qatari Nasser al-Khelaïfi, subir ao palco para receber o troféu de time masculino do ano. Al-Khelaïfi fez uma referência “a todos os jogadores e treinadores de antes, [inclusive] Gigio, é claro”.

Do lado de fora, Donnarumma recebeu uma ovação consagradora dos torcedores do PSG. Al-Khelaïfi, també. “Président! Président!”, gritavam os parisienses.

Na saída, jogadores e convidados corriam para as vans que os levariam aos jantares de gala pós-premiação. Usando um chamativo par de tênis amarelo, o influenciador brasileiro Luva de Pedreiro lamentava a classificação do melhor brasileiro na Bola de Ouro, Raphinha, do Barcelona. “Quinto lugar? É f…, pô.”

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