Trump ignora Lula, mantém sanções e alerta para censura no Brasil

Publicado em: 08/10/2025 20:33

Advogado da Trump Media critica perseguição a opositores e revela investigações contra a Odebrecht nos EUA; “Brasil vive retrocesso democrático”, afirma

Por Cláudio Ulhoa

Em entrevista exclusiva ao programa Com Elas, da Revista Oeste, o advogado Martin de Luca, representante das plataformas Trump Media e Rumble, fez duras críticas à atual condução política e jurídica no Brasil. Ele abordou a recente ligação entre o presidente Lula e Donald Trump, apontando que, ao contrário do que foi comemorado pela base governista e parte da imprensa brasileira, o contato não representou nenhuma mudança concreta na relação entre os países. As sanções dos Estados Unidos ao Brasil, especialmente em relação a tarifas comerciais, seguem mantidas.

“É preciso diferenciar palavras agradáveis de ações efetivas. As medidas tomadas pelos Estados Unidos foram uma resposta aos abusos de censura e perseguição política no Brasil. Como nada mudou, não há motivo para recuar”, afirmou Martin, ao comentar o que chamou de “tentativa desesperada do governo brasileiro de chamar a atenção de Trump”.

O advogado ressaltou que, desde o anúncio das tarifas por Trump, o governo e a mídia brasileira não param de abordar o tema, o que demonstra a importância da pauta. Segundo ele, essa postura pode estar posicionando o Brasil para uma possível negociação, mas reiterou que as condições impostas por Trump exigem mudanças estruturais, especialmente no que diz respeito à liberdade de expressão.

Martin de Luca também lançou críticas contundentes à atuação do Supremo Tribunal Federal, com foco no ministro Alexandre de Moraes. “Hoje, temos exilados políticos no Brasil. Antes eram de esquerda, agora são de direita. Isso diz muito sobre o caminho que o país está trilhando. Nenhum país extradita perseguidos de Moraes. Isso fala sobre a imagem do nosso Judiciário”, declarou.

Ele ainda apontou que o atual modelo de censura judicial compromete a credibilidade democrática brasileira e é incompatível com os valores liberais do Ocidente. “Quanto mais censura, menos democracia. Estamos diante de um regime cada vez mais controlado, com forte influência ideológica e política, inclusive externa”, disse, sugerindo que o modelo chinês de governança estaria sendo tomado como referência no país.

A entrevista também trouxe à tona o caso Odebrecht. Martin revelou que há indícios de reabertura do processo nos Estados Unidos e na França, devido ao não pagamento de multas bilionárias acordadas no passado. Ele destacou uma ação que representa atualmente contra a construtora em nome da Prefeitura de Lima, no Peru, envolvendo contratos adquiridos pela Brookfield, supostamente em circunstâncias irregulares.

Usando uma analogia provocativa, Martin comparou a operação a uma venda de celular roubado: “Você compra um iPhone por US$ 200 sabendo que custa US$ 1.500 e foi roubado. Depois reclama quando a polícia toma o aparelho. É isso que está acontecendo com contratos da Odebrecht”, afirmou, referindo-se à aquisição por valores reduzidos de concessões públicas marcadas por corrupção.

Ao final da entrevista, o advogado deixou claro que a responsabilidade por reverter esse cenário está nas mãos dos brasileiros. “Essas autoridades não se intimidam com críticas ou sanções. Só o eleitorado pode mudar o jogo. A chance virá em 2026”, concluiu.

Compartilhar

Faça um comentário