Saúde mais perto da comunidade reforça vínculo entre moradores e equipes do DF

Publicado em: 20/10/2025 13:47

Programa leva profissionais de saúde até os condomínios e promove encontros semanais voltados à prevenção e ao cuidado contínuo com hipertensos e diabéticos

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) tem apostado em uma estratégia simples, mas poderosa: levar o atendimento até onde as pessoas vivem. O programa “Saúde mais perto da comunidade” promove encontros semanais entre moradores e profissionais de saúde, com foco no acompanhamento de hipertensos, diabéticos e portadores de doenças crônicas. As ações acontecem todas as terças-feiras, das 14h às 17h, em um condomínio por semana, abrangendo as quatro quadras da região.

Durante as atividades, equipes compostas por enfermeiros, agentes comunitários e técnicos realizam aferições de pressão arterial, testes de glicemia, orientações sobre uso correto de medicamentos e encaminhamentos para acompanhamento médico quando necessário. O objetivo é reduzir a necessidade de deslocamento até as unidades básicas de saúde e fortalecer o vínculo entre o cidadão e o sistema público, tornando o cuidado mais humanizado e acessível.

A iniciativa faz parte do programa HiperDIA, que atende pessoas com hipertensão e diabetes, duas das doenças crônicas mais comuns e silenciosas do país. A proposta itinerante aproxima o serviço das famílias, estimula o autocuidado e facilita o acompanhamento contínuo, especialmente entre idosos e trabalhadores que enfrentam dificuldades de locomoção ou de tempo para comparecer às UBSs.

De acordo com dados da Secretaria de Saúde, o Distrito Federal registrou, em 2025, uma queda de 29% nas internações por hipertensão em relação ao mesmo período do ano anterior. O número de hospitalizações por complicações do diabetes também caiu 19%, reflexo direto das ações preventivas e do monitoramento comunitário promovido pelas equipes de atenção primária.

Para os profissionais envolvidos, o resultado vai além dos números. “Estar dentro das comunidades permite ouvir mais do que sintomas, ouvimos histórias, hábitos e desafios do dia a dia que impactam diretamente na saúde”, explica uma enfermeira da equipe. Essa escuta ativa contribui para identificar fatores de risco e ajustar o tratamento conforme a realidade de cada paciente.

Moradores também reconhecem os avanços. “Antes, eu precisava pegar ônibus até a unidade, agora eles vêm aqui e isso facilita tudo”, contou dona Maria José, de 68 anos, moradora de um dos condomínios atendidos. Para ela, a presença semanal da equipe transmite segurança e incentivo para manter os cuidados em dia.

O “Saúde mais perto da comunidade” reforça o papel essencial da atenção básica: cuidar antes que o problema se agrave. A proposta é expandir a ação para outras regiões administrativas e integrar os registros dos atendimentos aos sistemas da rede pública, garantindo que cada visita gere acompanhamento contínuo. Em tempos em que o SUS enfrenta sobrecarga, iniciativas como essa mostram que a prevenção, quando feita de perto, é o caminho mais eficaz para uma saúde pública de qualidade e proximidade real com a população.

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