EUA pressionam Justiça a liberar transcrições sigilosas do caso Epstein
O governo dos Estados Unidos voltou a pedir a um tribunal federal que libere as transcrições do grande júri relacionadas ao caso Jeffrey Epstein. A solicitação ocorre meses após juízes de Nova York e da Flórida terem negado pedidos semelhantes, citando limites previstos na legislação.
É o primeiro movimento público da administração Donald Trump desde que o presidente sancionou uma lei determinando a divulgação de quase todos os arquivos da investigação sobre Epstein. No pedido enviado ao Tribunal Federal do Sul da Flórida, o Departamento de Justiça menciona a nova legislação e requer que as transcrições sejam tornadas públicas, além da revisão de qualquer ordem de sigilo que impeça a liberação do material.
Segundo o documento, assinado pela procuradora-geral Pam Bondi, a lei não impede automaticamente a divulgação de todas as transcrições do grande júri. Ainda assim, a juíza responsável pelo caso no mesmo tribunal já havia negado acesso aos depoimentos em julho, afirmando que a legislação permite esse tipo de divulgação apenas em circunstâncias específicas, que não se aplicariam ao processo envolvendo Epstein. Na decisão, ela reconheceu o forte interesse público no caso, mas destacou que somente o Supremo Tribunal poderia autorizar a liberação.
A nova lei assinada por Trump não menciona diretamente testemunhos prestados perante o grande júri. O presidente, que durante anos se posicionou contra a divulgação dos documentos — chamando o esforço de uma “farsa” dos democratas — mudou de postura recentemente, ao perceber que o Congresso aprovaria a lei com apoio expressivo do Partido Republicano.
Jeffrey Epstein foi condenado em 2008 na Flórida por explorar sexualmente uma menor, após um acordo controverso com o governo federal. Em 2019, aguardava novo julgamento por acusações federais de tráfico sexual, que poderiam resultar em até 45 anos de prisão, quando morreu por suicídio em uma penitenciária de Nova York.
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