Lucro de planos de saúde cresce e alcança R$4,8 bi

Publicado em: 11/12/2025 23:39

Lucro de planos de saúde atinge recorde no 3º trimestre, impulsionado por grandes operadoras, resultado financeiro elevado e queda na sinistralidade, segundo a ANS.

Pelo terceiro trimestre de 2025, as operadoras médico-hospitalares registraram lucro líquido de R$ 4,8 bilhões, o maior valor nominal para julho a setembro na série da ANS, com alta de 64,4% em relação a 2024.

O resultado operacional do setor somou R$ 2 bilhões no trimestre, enquanto o resultado financeiro, beneficiado por juros elevados, alcançou R$ 4,2 bilhões, ambos pressionando o balanço das empresas.

No acumulado até setembro, o lucro líquido das empresas médico-hospitalares chegou a R$ 17,2 bilhões. A ANS ressalta ainda que cerca de 7,5 milhões de beneficiários estão em operadoras sob regimes especiais de supervisão, conforme divulgado pela Agência Brasil.

Composição dos resultados

O lucro líquido reúne resultados operacionais, financeiros e patrimoniais, acrescidos de efeitos fiscais. Considerando planos médico-hospitalares, odontológicos e administradoras, o lucro no 3º tri foi R$ 5 bilhões.

No acumulado até setembro, o setor registrou receitas de R$ 287,3 bilhões e lucro líquido de R$ 17,9 bilhões, o equivalente a cerca de 6,2% de margem sobre a receita total no período.

Efeito dos juros e da sinistralidade

Parte do ganho decorre de resultados financeiros elevados em um cenário de juros altos, enquanto a redução da sinistralidade contribuiu para melhorar o desempenho operacional comparado ao ano anterior.

A ANS e especialistas apontam que o lucro operacional do trimestre foi o maior desde 2020 para o período, e que a combinação de rendimentos financeiros e controle de despesas assistenciais explica parte do avanço.

Consequências para consumidores e regulação

Consumidores seguem fazendo reclamações sobre cancelamentos e reajustes, enquanto operadoras citam aumento do custo por novas tecnologias e envelhecimento populacional, fatores que pressionam despesas.

Autoridades da ANS afirmam buscar equilíbrio entre sustentabilidade financeira das empresas e proteção ao beneficiário, com atenção a operadoras em acompanhamento especial e propostas de regulação para atuação dupla, fiscal e voltada ao consumidor.

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