iFood diz que ex-executivos que migraram para a 99Food teriam usado dados sigilosos de restaurantes em propostas comerciais; 99 nega irregularidades.

A disputa entre aplicativos de delivery chegou à Justiça depois que o iFood identificou suposto uso indevido de informações internas por ex-funcionários contratados pela 99Food. A companhia afirma que dados de parceiros teriam sido usados em abordagens comerciais.

Donos de restaurantes relataram ter recebido, em reuniões da 99, planilhas com faturamento, tíquete médio, multas contratuais e vigência de acordos que seriam de acesso exclusivo do iFood e de seus sócios, segundo apuração.

O iFood abriu ações e requisitou busca e apreensão em aparelhos de ex-executivos; a 99 afirma não endossar condutas ilegais e classifica as acusações como infundadas, segundo relatos da imprensa, conforme divulgado pela Folha de S.Paulo.

Ações judiciais e cláusulas de não concorrência

Há processos trabalhistas e civis contra pelo menos cinco ex-funcionários que migraram para a 99. O iFood aponta descumprimento de acordos de non-compete e busca cessar o uso de informações consideradas confidenciais.

Busca e apreensão e investigação em curso

Em Piracicaba foram apreendidos celulares, computadores e pendrives de um ex-executivo. A polícia e peritos devem analisar os aparelhos, segundo pessoas próximas às investigações, para confirmar possível transferência de dados.

Impacto nos restaurantes e na concorrência

Proprietários relatam que pedidos de quebra de exclusividade levaram a queda de faturamento, e que propostas da 99 incluíam detalhes contratuais do iFood. A questão reacende debate sobre exclusividade e atuação do Cade.

O que dizem especialistas

O advogado trabalhista citado no caso afirma que conhecimento técnico pode ser levado entre empregos, mas segredos comerciais e dados de clientes não podem ser compartilhados. Uso irregular pode gerar responsabilização civil e criminal.