Com propostas alinhadas a Nunes e forte presença digital, Marçal se torna peça-chave na disputa contra Boulos

Por Cláudio Ulhoa

As eleições municipais de São Paulo deste ano trouxeram um cenário imprevisível e apertado, refletindo a complexidade do momento político que o Brasil atravessa. Com Ricardo Nunes e Guilherme Boulos praticamente empatados no primeiro turno — Nunes com 29,48% e Boulos com 29,07% — a disputa se intensifica, e o segundo turno promete ser ainda mais desafiador para ambos.

No entanto, é impossível ignorar a figura de Pablo Marçal, que, mesmo ficando em terceiro lugar com 28,14% dos votos, pode ser a peça que definirá o futuro de São Paulo. O que Marçal fará a seguir pode ser determinante. Sua abertura para apoiar Ricardo Nunes, desde que suas propostas, como a de transformar as escolas municipais em escolas olímpicas, sejam consideradas, coloca o empresário em uma posição de destaque no cenário político.

Mas será que Marçal realmente pode inclinar a balança a favor de Nunes? Ele tem uma base sólida nas redes sociais e uma comunicação direta com seus seguidores, algo que lhe rendeu quase um terço dos votos válidos. Isso não é pouca coisa. Além disso, Nunes tem o apoio explícito do governador Tarcísio de Freitas, o que lhe dá uma vantagem estratégica significativa.

A pergunta que fica é: será que Marçal, com seu discurso liberal e sua capacidade de mobilizar digitalmente, conseguirá levar seus eleitores a apoiar Nunes? Ou veremos uma fragmentação ainda maior do eleitorado, beneficiando Boulos? Só o tempo dirá, mas uma coisa é certa: Marçal ainda não saiu de cena.