A cobrança do CFM a Padilha após o Brasil voltar à lista de países com mais crianças não-vacinadas
A notícia levou o presidente do Conselho Federal de Medicina, José Hiran Gallo, a enviar um ofício, nesta quarta, ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, manifestando “grande preocupação” com os dados. No documento, o CFM conclamou as autoridades a “encontrarem respostas que melhorem os indicadores de cobertura vacinal com alternativas eficazes para compra de insumos, sua distribuição e sensibilização das famílias sobre a necessidade de manter as carteiras de vacinação em dia”.
“O agravamento do cenário nacional aparece na evolução em mais de 100% no número de não imunizados, que passou de 103 mil crianças, em 2023, para 229 mil, em 2024. Apesar do levantamento do Unicef/OMS ter considerado apenas a aplicação da vacina DTP1 (contra difteria, tétano e coqueluche), esse resultado sugere a extensão desse problema a outras doses”.
O presidente da entidade, que reúne mais de 650 mil médicos, citou outro estudo, divulgado em junho pela Confederação Nacional de Municípios, que indicou o desabastecimento de vacinas em uma a cada três localidades do Brasil, principalmente das que protegem contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela.
Ele apontou ainda que os gestores da saúde relatam outras dificuldades logísticas como o envio de doses com data de vencimento muito próxima, a entrega de frascos de vacina multidose que ultrapassam a validade após a abertura e o descompasso entre volume de doses entregue e tamanho da população-alvo localmente. E ressaltou que a questão poderia ser resolvida com “adequado planejamento e gestão”:
“Independentemente dos motivos que têm provocado a dificuldade de acesso da população aos imunizantes, é preciso entender que mesmo pequenas quedas na cobertura vacinal podem aumentar drasticamente o risco de surtos de doenças, trazendo sobrecarrega de pacientes ao sistema de saúde, num processo que poderia ser evitado com adequado planejamento e gestão”.
Bing News