A mistura entre negócios pessoais e assuntos de Estado marca as viagens internacionais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Para Lourival Sant’Anna, analista de Internacional da CNN, nas visitas recentes de Trump à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos, ficou evidente a sobreposição entre interesses comerciais privados e agenda política.

Em cada país visitado, incluindo o Catar, o presidente americano mantém empreendimentos ligados às organizações Trump.

Na cidade de Jeddah, na Arábia Saudita, existe uma Trump Tower. No Catar, próximo a Doha, há um grande complexo de golfe. Nos Emirados Árabes Unidos, Trump possui investimentos em criptomoedas em parceria com Steve Witkoff, seu guia para o Oriente Médio.

Interesses empresariais e política externa

A situação se estende ainda mais com o filho de Steve Witkoff, que mantém investimentos significativos na Arábia Saudita.

Segundo Lourival Sant’Anna, quando Trump menciona projetos como a construção de uma “riviera”, está se referindo a empreendimentos de sua própria empresa, evidenciando uma abordagem mercantilista da política externa.

A mistura entre interesses públicos e privados tem gerado preocupações sobre a possível captura do Estado para benefício pessoal.

A expansão dos poderes presidenciais tem sido respaldada pela Corte Suprema americana, que conta com maioria conservadora, tendo três juízes nomeados por Trump.

Os limites éticos têm sido constantemente testados neste cenário, com decisões da Corte Suprema favorecendo a liberdade de ação de Trump em suas atividades.

Esta situação levanta questionamentos sobre a separação entre interesses nacionais e pessoais na condução da política americana.