Blindagem política | Leila e Kokay sob pressão
Atuação das parlamentares do DF na CPMI do INSS gera críticas por priorizar aliados em vez dos aposentados
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi criada com a promessa de dar voz aos aposentados lesados por quadrilhas que desviaram bilhões. Mas, em vez de indignação com os prejuízos de quem contribuiu uma vida inteira, o que se vê é o uso político da comissão, marcada por blindagens e manobras. Estima-se que o esquema tenha gerado um rombo de R$ 6 bilhões, com mais de 500 mil benefícios concedidos de forma irregular.
No centro da polêmica estão duas parlamentares do Distrito Federal: a senadora Leila Barros (PDT) e a deputada Erika Kokay (PT). Críticas apontam que ambas atuam como linha de defesa do governo Lula dentro da CPMI, questionando quebras de sigilo e defendendo negociações antes de avançar nas apurações. Para opositores, as atitudes revelam uma tentativa de retardar investigações e proteger aliados.
A investigação, iniciada a partir de relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU), aponta a conivência de servidores e consultorias privadas no período de 2019 a 2024. O nome de Frei Chico, irmão do presidente Lula, chegou a ser citado em depoimentos, mas o Planalto nega qualquer envolvimento. Ainda assim, o desgaste político é evidente: analistas avaliam que a postura de Leila e Kokay pode impactar negativamente suas candidaturas em 2026.
Enquanto o embate político se arrasta em Brasília, aposentados seguem aguardando respostas e, principalmente, a devolução do que lhes foi tirado. O que deveria ser uma cruzada por justiça tem se transformado em um espetáculo de conveniências.