BNDES e Ministério das Cidades projetam expansão em 295 km de linhas de transporte coletivo do Distrito Federal até 2054
No DF, indicador que mensura o percentual da população que reside no raio de até 1 km de estações de sistemas de transporte público passaria de 13,6% para 36,7%
A Região Integrada de Desenvolvimento (Ride) do Distrito Federal tem potencial para ampliar em 295 quilômetros a rede de transporte público coletivo de média e alta capacidade (TPC-MAC) até 2054. Com isso, ampliará de 308,9 mil para 949,2 mil o número de pessoas atendidas. A rede, que conta com 101 km, pode chegar a 396k m de extensão.
Os dados são do Boletim Informativo nº 4 do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério das Cidades.
Somadas, as 21 maiores regiões metropolitanas (RMs) do país tem potencial para expandir em cerca de 2,6 mil km as redes de TPC-MAC até 2054. Segundo esta edição do ENMU, as Redes Futuras de transporte incluem novos trechos de metrôs, trens, veículos leves sobre trilhos (VLT), bus rapid transit (BRT) e corredores exclusivos de ônibus.
No caso da Ride DF, são previstas a ampliação do sistema de metrô, de 47km (atual) para 50km; e de BRT ou VLT, de 54km (atual) para 346km. Na Ride DF, a chamada Rede Futura elevaria de 13,6% para 36,7% o indicador que mensura o percentual da população de uma região metropolitana que reside em um raio de até 1 km de estações de sistemas de TPC-MAC, considerando BRTs e sistemas de trilhos. Chamado de PNT (People Near Transit), o indicador foi criado pela organização global Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP).
“Estamos fortalecendo o planejamento urbano com base em dados concretos, que nos permitem identificar prioridades e orientar ações de médio e longo prazo. Nosso foco, com a mobilidade urbana, é tornar o transporte coletivo mais eficiente, dinâmico e sustentável, assegurando qualidade de vida à população. Reduzir o tempo de deslocamento, com conforto e segurança, transforma a forma como as pessoas vivem, acessam oportunidades e se relacionam com as cidades”, afirmou o ministro das Cidades, Jader Filho.
“O investimento em corredores de transporte mais eficientes é uma política pública necessária para ampliar o acesso a oportunidades e melhorar a qualidade de vida das pessoas, especialmente das populações mais carentes. O BNDES está contribuindo para essa transformação no DF. Em 2024, foi aprovado financiamento de R$ 400 milhões para obras de expansão da Linha 1 do metrô. Será feito o prolongamento da via por 3,6 km a partir do atual Terminal Samambaia e serão implantadas duas novas estações. Esse investimento contribui para o aumento da produtividade, para a dinamização da economia nas grandes cidades, além de trazer efeitos para redução do número de acidentes e das emissões de poluentes e gases do efeito estufa”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Outro indicador que seria impactado é o RTR (Rapid Transit to Resident), que compara a população urbana de cidades com mais de 500 mil habitantes com a extensão das linhas de TPC-MAC. Esse indicador permite avaliar o ritmo de crescimento da infraestrutura em relação ao crescimento demográfico nas áreas urbanas. O boletim número 4 do estudo também mostra o impacto de outras políticas públicas de incentivo ao uso de transporte público na mobilidade urbana.
Na Ride DF, com a implantação da Rede Futura completa, o RTR alcançaria 70. O índice é superior ao registrado em cidades que são benchmark internacional, como Londres (44,7) e Nova Iorque (47,7).
Nacional – Segundo o Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), as Redes Futuras de transporte representam a expansão em 2.500 km, que inclui novos trechos de metrôs, trens, VLT, BRT e corredores exclusivos de ônibus.
O estudo prevê mais 323 km de linhas de metrô, 96 km de trens urbanos, 1.930 km de sistemas de BRT, VLT ou monotrilho, e 157 km de corredores de ônibus. Atualmente, as 21 regiões metropolitanas pesquisadas, distribuídas nas cinco regiões do país, têm 2.007 km de rede de transporte público. São elas: Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Santos, Campinas, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Goiânia, Distrito Federal, Salvador, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal, Teresina, São Luís, Fortaleza, Belém e Manaus.
Nesta etapa foram avaliados 400 planos e projetos identificados no Boletim Informativo nº 3, divulgado em março deste ano. Do total, quase 200 projetos com foco em sistemas de TPC-MAC têm demanda suficiente e serão capazes de ampliar o acesso da população nos próximos 30 anos.
Boletim Informativo nº 5 – Entre junho e agosto, o foco do ENMU será a elaboração do Banco de Projetos, com o detalhamento dos quase 200 projetos de TPC-MAC que compõem as Redes Futuras. Essa etapa incluirá as estimativas de investimentos, custos, receitas, benefícios e as avaliações econômicas e financeiras preliminares. Esse conjunto de informações contribuirá para o planejamento de médio e longo prazo dos entes públicos, permitindo uma análise estratégica para priorização dos investimentos em cada localidade.
O Boletim Informativo nº 4, com os resultados parciais do ENMU, já está disponível no endereço www.bndes.gov.br/enmu.