Brasil precisa adotar diplomacia na resposta à Trump, diz especialista | Diario de Pernambuco

Publicado em: 10/07/2025 23:08

Interrogatórios dos réus da Ação Penal (AP) 2668 -

Jair Messias Bolsonaro/Foto: Ton Molina/STF

Interrogatórios dos réus da Ação Penal (AP) 2668 -

Jair Messias Bolsonaro (Foto: Ton Molina/STF)

A diplomacia precisa ser retomada e o presidente Lula precisa ter cuidado em seus pronunciamentos e aproximações, que “muitas vezes incomodam os Estados Unidos”. A análise é do economista, doutor em economia e professor da FIA Business School, Paulo Roberto Feldmann.

Segundo Feldmann, a motivação de Trump é sobretudo política, que por sua forte relação com a família Bolsonaro, deixa “evidente que tudo é uma trama organizada por Eduardo Bolsonaro”, filho de Bolsonaro, que está autoexilado nos EUA. “Nunca aconteceu do presidente Trump, em seus comunicados e cartas para outros chefes de estado, fazer uma referência a uma questão política. Ele foi muito agressivo”, avaliou.

“Todos eles têm seus problemas políticos. A maioria deles, China, Rússia e outros, são extremamente autoritários, no entanto, Trump não questionou nada. É evidente que há uma questão política por trás de tudo, na carta que ele (Trump) enviou sem tomar os mínimos cuidados”, completou o economista.

Além da questão política, o especialista avalia que a aproximação de Lula à regimes oponentes aos EUA, como Irã, China e Rússia, e a possível criação de uma nova moeda no Brics para contrapor o dólar foram “a gota d’água” para Trump. “Eles (os EUA) não querem que isso aconteça de jeito nenhum (o comércio entre países com moedas locais), eles se enfraqueceriam. Se surgisse uma nova moeda com força, o dólar sofreria muito”, explicou.

Ao tentar recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC), antes da represália, Lula busca diminuir o tom de enfrentamento e retornar à diplomacia com Trump e os Estados Unidos, após o primeiro momento de “ânimos exaltados”. “Nós estamos no olho do furacão. O presidente Lula e os ministros têm que ser mais políticos em relação aos Estados Unidos, o quanto antes. Temos que buscar uma nova aproximação, e o governo brasileiro precisa ser muito mais diplomático”, reiterou o especialista.

Para o futuro, Feldmann aponta que o Brasil deve seguir o exemplo dos líderes do México e Canadá e deixar Trump “falando sozinho”: “Toda essa briga não começou agora, Trump começou isso logo que foi eleito, ameaçando, principalmente, México e Canadá. A presidente do México foi muito hábil, ela não atacou os Estados Unidos e conseguiu manter o diálogo, revertendo o clima de antagonismo.”




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