Instituto Butantan fechou licença com Replicate para desenvolver a vacina antirrábica mRNA RBI-4000, buscando reduzir doses e testar uso pré e pós-exposição.

O Instituto Butantan anunciou acordo com a norte-americana Replicate Bioscience para desenvolver a vacina de RNA mensageiro RBI-4000 contra a raiva, visando profilaxia antes e após exposição. A parceria prevê transferência tecnológica e testes no Brasil.

A vacina usa material sintético que orienta o sistema imunológico a produzir resposta protetora, sem empregar partes do vírus. A expectativa do Butantan é reduzir o número de aplicações, potencialmente para dose única.

O avanço será testado em estudo brasileiro previsto para 2026, com cerca de 600 voluntários, em etapas pré e pós-exposição, conforme divulgado pela Folhapress.

Resultados clínicos iniciais

Em ensaio de fase 1 nos EUA, a RBI-4000 apresentou boa imunogenicidade e bioatividade duradoura mesmo em baixas doses, além de perfil de segurança observado em 89 voluntários, segundo a Replicate.

Próximos passos no Brasil

O estudo nacional, previsto para 2026, deve avaliar esquemas com menor número de doses e dosagens reduzidas. O diretor do Butantan, Esper Kallás, disse que uma dose única é a expectativa, mas duas já seriam um avanço.

Produção e responsabilidade comercial

Pelo acordo, a Replicate transferirá o processo de fabricação para a fábrica de mRNA do Butantan, que conduzirá os ensaios de registro e comercializará a vacina na América Latina; a Replicate cuidará dos demais mercados.

Contexto da raiva no mundo

A raiva é endêmica em mais de 150 países e causa cerca de 59 mil mortes por ano, segundo a OMS. A doença tem mortalidade superior a 99% se não tratada, e as vacinas tradicionais exigem três a cinco doses.