Caiado defende isolamento total de líderes de facções e critica conivência do governo federal
Em audiência pública, governador de Goiás afirma que Estado se tornou referência nacional em segurança e ressocialização de presos
Por Cláudio Ulhoa
Durante audiência pública sobre a separação de presos por facções criminosas nos presídios brasileiros, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, fez duras críticas ao governo federal e defendeu o modelo goiano como exemplo de gestão penitenciária. O encontro, promovido pela Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, reuniu especialistas, parlamentares e autoridades do setor para discutir medidas de combate ao crime organizado dentro das unidades prisionais.
Caiado iniciou sua fala destacando os recentes ataques de facções no Rio de Janeiro, onde criminosos teriam utilizado drones com explosivos contra a polícia. Para ele, o episódio evidencia “a ausência de comando e responsabilidade do governo federal no enfrentamento à criminalidade”. O governador afirmou ainda que a atual administração em Brasília “tem sido complacente com o tráfico”, permitindo que chefes de organizações criminosas sigam atuando de dentro de presídios de segurança máxima.
Ao citar a experiência de Goiás, Caiado lembrou que, ao assumir o governo, encontrou um sistema prisional dominado por facções, com festas, drogas e armas dentro das celas. Segundo ele, a adoção de medidas rígidas, como o isolamento completo de líderes de facções, o fim das visitas íntimas e o monitoramento de conversas com advogados suspeitos, foi essencial para restabelecer a ordem e reduzir drasticamente os índices de criminalidade. “Hoje, quem manda nos presídios de Goiás é o Estado, não o crime”, afirmou.
O governador também ressaltou os avanços na ressocialização de detentos. Com apoio da iniciativa privada, o Estado implantou oficinas de marcenaria, mecânica e confecção, permitindo que presos em regime comum trabalhem e estudem. “Temos detentos que chegaram a defender tese de dentro da penitenciária. Essa é a diferença entre quem quer se recuperar e quem insiste no crime”, destacou.
Por fim, Caiado defendeu que a separação entre presos comuns e membros de facções continue sendo prioridade nacional, alertando para os riscos de medidas que fragilizem a segurança pública. “O Brasil caminha para se tornar um narcoestado. Precisamos de moral e coragem para enfrentar bandidos, e não de conivência”, concluiu, ao reiterar que Goiás se tornou referência em segurança e ressocialização, atraindo cidadãos de todo o país em busca de tranquilidade e ordem.


