Caso Hytalo Santos expõe falhas entre crime e fama digital

Publicado em: 05/09/2025 18:49

Influenciador acusado de exploração infantil evidencia a transformação da vergonha em prestígio nas redes

A prisão do influenciador Hytalo Santos, de 28 anos, acendeu o alerta sobre os limites éticos nas redes sociais. Acusado de exploração sexual infantil e tráfico humano, ele e o esposo, Israel Natã Vicente, conhecido como MC Euro, foram transferidos de São Paulo para a Penitenciária Desembargador Flóscolo da Nóbrega, na Paraíba, onde seguem sob investigação do Ministério Público.

As apurações indicam que o casal utilizava crianças e adolescentes em conteúdos sexualizados, prática que caracteriza a chamada adultização. Há ainda suspeitas de tráfico de pessoas e exploração sexual, o que levou a Justiça a bloquear bens de luxo avaliados em cerca de R$ 20 milhões. A defesa nega as acusações, mas o caso continua em andamento.

O episódio ganhou destaque também no campo jurídico. Segundo a Teoria Tríplice da Delinquência, desenvolvida pelo jurista Dr. José Maria da Silva Filho, o Dr. Zema, três barreiras essenciais contra o crime moralidade, vergonha e medo precisam ruir para que a delinquência se fortaleça. “Na lógica do espetáculo, a vergonha pode se converter em glória. O que deveria causar repulsa gera engajamento e lucro”, explicou o especialista.

Mesmo diante das denúncias, Hytalo manteve milhões de seguidores, mostrando como a popularidade digital pode resistir às acusações mais graves. O contraste é ainda mais chocante diante dos dados nacionais, que apontam crescimento recorde dos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes.

O caso evidencia um dilema social: até que ponto curtidas, visualizações e defesas nas redes colaboram para transformar criminosos em celebridades? Para especialistas, é urgente que plataformas digitais, instituições e sociedade estabeleçam barreiras sólidas para impedir que crime e entretenimento caminhem lado a lado.

Dr. Zema

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