China desaconselha viagens para o Japão: “Declarações provocadoras”

“Recentemente, os líderes japoneses fizeram declarações abertamente provocadoras em relação a Taiwan, prejudicando gravemente o clima de intercâmbio entre os povos”, declarou, na noite de sexta-feira, a embaixada da China em Tóquio nas redes sociais.
“O Ministério das Relações Exteriores e a embaixada e consulados da China no Japão lembram solenemente aos cidadãos chineses que evitem viajar para o Japão em um futuro próximo”, acrescenta a nota.
Há uma semana, a nova primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, afirmou no parlamento que, se uma situação de emergência em Taiwan implicasse “o envio de navios de guerra e o uso da força, isso poderia representar uma ameaça à sobrevivência do Japão”.
“Temos de considerar o pior cenário”, acrescentou.
As declarações foram amplamente interpretadas como uma indicação de que um ataque a Taiwan poderia justificar o apoio militar de Tóquio à ilha.
De acordo com a legislação japonesa, o país só pode intervir militarmente em determinadas condições, especialmente em caso de ameaça existencial — Taiwan fica a apenas 100 quilômetros da ilha japonesa mais próxima.
Na sexta-feira, Pequim anunciou ter convocado o embaixador do Japão, considerando “extremamente graves” as declarações de Sanae Takaichi.
Por sua vez, o Japão afirmou ter feito o mesmo com o embaixador da China, após uma ameaça considerada “extremamente inadequada” por parte do cônsul-geral chinês em Osaka, Xue Jian.
Em uma mensagem posteriormente apagada da rede social X, Xue ameaçou “cortar a cabeça suja sem a menor hesitação”, citando um artigo que relatava a fala de Takaichi.
Tóquio afirmou na sexta-feira que sua posição sobre Taiwan permanecia inalterada e defendeu “a paz e a estabilidade”.
Taiwan é uma ilha com governo próprio desde 1949, que a China considera uma “província rebelde” e parte inalienável de seu território, tendo ameaçado várias vezes recorrer à força para alcançar a reunificação.
Apesar de ter reconhecido a República Popular da China como o único governo legítimo em 1972, o Japão mantém relações não oficiais com Taipé. O ex-primeiro-ministro Shinzo Abe (1954–2022), inclusive, defendeu publicamente que qualquer invasão da ilha justificaria uma resposta militar japonesa, dentro do acordo de segurança com os Estados Unidos.
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