Correios vetam pagamento de vale-peru em 2025 por crise
Empresa justifica veto ao vale-peru por falta de caixa; negocia empréstimo de R$ 20 bilhões com garantia da União e pode adotar PDV e revisão de benefícios.
Os Correios vetaram o pagamento do crédito extra conhecido como vale-peru aos empregados em 2025, em meio a dificuldades de caixa e déficits acumulados desde 2022. A medida foi comunicada à categoria.
O acordo coletivo foi prorrogado até 15 de dezembro, mas a cláusula do vale-peru ficou de fora do texto renovado. Em 2024 a estatal desembolsou cerca de R$ 200 milhões para pagar o benefício de R$ 2.500 por trabalhador.
A decisão ocorre enquanto a empresa negocia um empréstimo de R$ 20 bilhões com garantia da União para reestruturação, e enfrenta impasses por custo de juros e parâmetros do Tesouro, conforme divulgado pela Folha de S.Paulo.
Motivos da suspensão
A suspensão do vale-peru reflete perda de receita e despesas crescentes. Até setembro de 2024 os Correios já acumulavam prejuízo de R$ 6,1 bilhões, pressionados por precatórios, contratos e investimentos.
Negociações e o empréstimo de R$ 20 bi
Para recompor o caixa, a estatal tenta contratar crédito com bancos públicos e privados com garantia do Tesouro. O comitê limitou custo a 120% do CDI, e ofertas acima desse teto foram questionadas.
Consequências para trabalhadores
O Sindicato dos Trabalhadores aprovou indicativo de greve para 16 de dezembro. A empresa prevê PDV para cerca de 10 mil vagas e revisão de cargos, salários e plano de saúde, que afetarão benefícios.
Cenários e risco fiscal
Sem nova linha de crédito o prejuízo pode crescer, projetado internamente em até R$ 20 bilhões em 2026 ou cenários extremos que elevem o rombo a valores superiores, com risco de comprometer a operação.


