Lula critica Trump por “interferência”, mas defendeu Kirchner condenada por corrupção na Argentina

Por Cláudio Ulhoa

Durante a cúpula dos BRICS, Lula resolveu dar uma de estadista global e mandou um recado atravessado para Donald Trump: que o ex-presidente americano “não dê palpite” nas leis brasileiras. Tudo porque Trump saiu em defesa de Jair Bolsonaro, alegando que ele estaria sofrendo uma perseguição política, semelhante à que ele mesmo enfrentou nos EUA.

Até aí, o discurso até soaria bonito… se não viesse de alguém que já atravessou a fronteira da coerência há tempos. Afinal, quem não se lembra de quando o próprio Lula foi à Argentina visitar sua amiga Cristina Kirchner, que à época havia sido condenada por corrupção, e ainda teve a ousadia de segurar uma placa com os dizeres “Cristina, inocente”? Um gesto nada simbólico de apoio a uma ré condenada pela Justiça de outro país.

Mas quando é Trump quem opina, aí vira “ameaça à soberania”. É de se perguntar: isso é hipocrisia, ou só mais uma demonstração do velho “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”?

Lula diz que o Brasil tem dono: o povo brasileiro. Mas quando lhe convém, parece que as leis dos vizinhos também têm espaço no seu palanque. Se for pra cobrar respeito à soberania, que comece com o exemplo.