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sexta-feira, 26 abril, 2024 - 15:29 PM
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Em dois meses, 215 pessoas tentaram suicídio no DF

Falar sobre a tentativa de suicídio ou a consumação dele parece algo agressivo, que incomoda, e acaba não sendo um assunto abordado nas rodas de conversas sociais e entre familiares. Justo a conversa, tida como uma das principais ferramentas de prevenção. Enquanto isso, o cenário nacional é preocupante diante dos números dos últimos anos. E o Distrito Federal segue esse mesmo ritmo.

De acordo com levantamento da Gerência de Epidemiologia de Campo da Secretaria de Vigilância em Saúde, em janeiro de 2019, 117 pessoas tentaram contra a própria vida. De 1º a 25 de fevereiro, 98 ocorrências foram registradas. No acumulado, a média de tentativas chega a pouco mais de três casos por dia.

Entre 2007 e 2016, foram registrados, pelo Ministério da Saúde, 106.374 ocorrências de suicídio, totalizando uma taxa de 5,8 mortes por grupo de mil habitantes. No DF, no mesmo período, cerca de 16 mil casos foram notificados, de acordo com dados do Ministério da Saúde e da Secretaria e Saúde.

ONDE BUSCAR AJUDA – A tentativa de suicídio é considerada uma urgência. A pessoa deve ser encaminhada aos serviços de urgência e emergência da rede pública de saúde, ou seja, Unidade de Pronto Atendimento (UPA), pronto-socorro dos hospitais, ou acionar o Samu pelo telefone 192.

“O Samu é um componente essencial da rede de urgência e emergência, que pode ser acionado para o atendimento nas crises agudas”, destaca a psiquiatra da Diretoria de Serviços de Saúde Mental, Fernanda Benquerer.

Outro aliado das pessoas com pensamentos suicidas é o Centro de Valorização da Vida (CVV – telefone 188). Trata-se de uma organização sem fins lucrativos, formada por voluntários treinados em oferecer uma escuta qualificada ao outro. O atendimento acontece pelo telefone gratuito 188, chatskype ou e-mail.

Esses atendimentos não substituem os tratamentos especializados, mas oferecem um apoio emocional às pessoas em momentos de crise. O CVV coordena outras atividades, como, por exemplo, os grupos de sobreviventes, formados por familiares e pessoas próximas a alguém que se matou, prestando suporte.

ATITUDE – A psiquiatra argumenta que não há uma única motivação que leve a esta atitude extrema. “O suicídio é um fenômeno determinado por uma complexa rede de interação entre fatores de risco, fatores de proteção e fatores desencadeantes. Portanto, não é possível identificar uma causa única”.

Segundo Fernanda Benquerer, “existem fatores biológicos e genéticos que aumentam a predisposição a transtornos mentais e a comportamentos impulsivos, por exemplo. Há, ainda, os fatores psicológicos, como traços de personalidade, que aumentam o risco. Também é importante pensar na história de vida da pessoa, na história familiar, nos vínculos sociais. Há, inclusive, questões culturais envolvidas”.

CUIDADOS – A psiquiatra alerta que é preciso ter atenção redobrada com quem já tentou contra a própria vida uma vez. Ela destaca que existem muitos mitos e preconceitos a respeito do tema que impedem as pessoas de buscar ajuda ou simplesmente comentar sobre o assunto com amigos ou familiares.

“Algumas ideias do senso comum a respeito do suicídio podem estigmatizar a pessoa e dificultam a busca por ajuda profissional. Por isso, é importante que sempre que alguém indica estar em sofrimento, que seja acolhida, ouvida e bem tratada”, reforça.

Além de ouvir, permitir que o outro fale sobre a sua situação que o aflige, é essencial que todos ao redor procurem saber qual a melhor forma de ajudar. Esse auxílio pode ser obtido dentro da rede pública de saúde. “São os serviços da rede de saúde mental, que englobam os Centros de Atenção Psicossocial, os ambulatórios e a rede de urgência e emergência. Cada serviço tem suas características específicas, de acordo com a gravidade e as necessidades do paciente”, explica Fernanda.

Josiane Canterle, da Agência Saúde

 

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