Governo libera R$ 1,3 milhão via Lei Rouanet para peça sobre cabaré histórico em São Paulo, em meio à crise fiscal e abandono dos serviços essenciais

Por Cláudio Ulhoa

Enquanto milhões de brasileiros lutam diariamente para pagar contas, comprar comida e manter a dignidade, o governo Lula autoriza a captação de R$ 1,3 milhão, via Lei Rouanet, para um espetáculo que homenageia… um prostíbulo. Sim, isso mesmo. Dinheiro incentivado com renúncia fiscal será usado para recontar a história do Cabaré Máximo, frequentado por membros da elite paulistana no início do século XX.

Não é novidade que a Lei Rouanet já tenha sido alvo de escândalos e distorções — como no caso de artistas milionários recebendo recursos públicos para shows, videoclipes, entre outros. Mas a situação atual ultrapassa todos os limites do bom senso. Usar verba pública, ainda que via isenção, para glorificar casas de prostituição é um tapa na cara de um povo que enfrenta fila no SUS e vê a aposentadoria ser corroída.

A desculpa? Trata-se de “arte” e de “representatividade feminina na gestão”. Mas até quando essa narrativa será usada para justificar o injustificável? O Brasil precisa de saúde, educação, segurança e emprego — não de peças que romantizam o crime e a decadência.

A cultura precisa ser incentivada, sim. Mas com responsabilidade, com prioridades. E definitivamente, não é esse o país que queremos financiar.