EUA admitem usar tropas na Coreia do Sul em caso de conflito com China
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, admitiu nesta terça-feira que as tropas norte-americanas estacionadas na Coreia do Sul (USFK) poderiam ser utilizadas em um eventual conflito com a China.
“A flexibilidade das forças dos EUA na Coreia do Sul para responder a contingências regionais é algo que devemos, definitivamente, considerar”, declarou Hegseth.
A fala ocorre em meio aos esforços do governo Donald Trump para reforçar alianças no Indo-Pacífico e conter a crescente influência chinesa. A possibilidade de uso das tropas poderia ser motivada por tensões em torno de Taiwan — cuja invasão por Pequim não é descartada — ou por disputas no mar do Sul da China.
Hegseth ressaltou, porém, que o principal objetivo das forças norte-americanas na península continua sendo conter ameaças da Coreia do Norte. As declarações foram dadas em Seul, ao lado do ministro da Defesa sul-coreano, Ahn Gyu-back, após a 57ª Reunião Consultiva de Segurança (SCM), principal fórum anual de defesa entre os dois países.
O secretário elogiou o aumento do investimento militar da Coreia do Sul, destacando o desenvolvimento de novas capacidades estratégicas, como mísseis de longo alcance. “Enfrentamos um cenário de segurança perigoso, mas nossa aliança é mais forte do que nunca”, afirmou.
Na semana passada, Trump anunciou nas redes sociais que os Estados Unidos compartilharão tecnologia de ponta para que Seul possa construir um submarino de propulsão nuclear — decisão tomada após encontro com o presidente sul-coreano, Lee Jae-myung.
Hegseth apoiou a iniciativa, destacando que o projeto reforçará a segurança regional. Segundo o Ministério da Defesa da Coreia do Sul, o país pretende lançar seu primeiro submarino nuclear na segunda metade da década de 2030, utilizando tecnologia própria.
Apesar disso, o ministro Ahn reiterou que Seul continuará comprometida com a desnuclearização da península e não desenvolverá armas nucleares, conforme o Tratado de Não Proliferação, que busca limitar a disseminação de arsenais e promover o uso pacífico da energia nuclear.
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