FBI investiga diretor acusado de usar SWAT para proteger namorada
O diretor do FBI, Kash Patel, está no centro de uma polêmica após ser acusado por funcionários da própria agência de mobilizar equipes da SWAT para proteger sua namorada, a cantora country Alexis Wilkins. A denúncia foi revelada em uma reportagem do The New York Times, que descreve situações em que agentes altamente treinados para operações de alto risco foram deslocados para acompanhar Wilkins em eventos públicos.
Um dos episódios ocorreu durante a convenção anual da National Rifle Association, em Atlanta, na última primavera. Wilkins chegou ao local escoltada por dois agentes da SWAT, enviados por ordem direta de Patel, que estaria preocupado com a segurança da namorada, conhecida por posições ultraconservadoras e defesa irrestrita do porte de armas. Após verificarem o local, os agentes deixaram o evento antes do encerramento, o que irritou Patel. Segundo seis fontes ouvidas pelo jornal, ele repreendeu o comandante da equipe, afirmando que Wilkins havia ficado desprotegida e que houve falha de comunicação com a cadeia de comando.
Não foi a única vez. Em setembro, durante um evento político em Salt Lake City, outra equipe local da SWAT teria sido acionada para acompanhar a cantora. As unidades já atuavam sob carga extra devido ao assassinato de Charlie Kirk no estado, mas, ainda assim, foram deslocadas por determinação de Patel, que temia um possível ataque parecido contra Wilkins.
O diretor também recorreria a equipes da SWAT para reforçar a própria segurança, inclusive em sua casa em Las Vegas, depois de uma falsa ameaça registrada em junho. Fontes internas ouvidas pelo jornal afirmam que o uso da SWAT, treinada para cenários extremos, é altamente incomum em funções de proteção pessoal, especialmente porque esse tipo de unidade não é especializada em segurança de autoridades.
A polêmica não se limita ao uso da SWAT. Patel também é acusado de utilizar o jato governamental destinado ao exercício do cargo para dezenas de viagens pessoais. Em agosto, teria voado de Washington para a Escócia, onde se encontrou com amigos em um resort de golfe. Em outras ocasiões, usou a aeronave para visitar Wilkins ou encontrar amigos em propriedades privadas. A legislação norte-americana permite o uso do avião em viagens pessoais, desde que o ocupante do cargo reembolse o governo pelo valor equivalente a uma passagem comercial. Segundo a reportagem, Patel fez uso frequente do recurso.
As críticas vêm até de ex-funcionários do FBI. Christopher O’Leary, ex-fuzileiro naval e ex-supervisor de uma equipe especializada da agência, afirmou que o comportamento de Patel revela “falta de discernimento e humildade”, criticando o uso de agentes especializados para acompanhar a namorada e as viagens pessoais em aeronave oficial.
Patel respondeu publicamente às acusações em uma postagem na rede social X, classificando as críticas como “repugnantes e infundadas” e defendendo Wilkins, a quem chamou de “verdadeira patriota”.
As denúncias surgem em um momento em que o orçamento do FBI pode sofrer cortes significativos. Em maio, o próprio Patel apoiou uma proposta da Casa Branca que prevê reduzir em 500 milhões de dólares os recursos destinados ao órgão.
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