
Soberano Opina | A opinião que se impõe
Por Cláudio Ulhoa
Flávio Bolsonaro é aposta sólida da direita em 2026
Escolha de Jair Bolsonaro fortalece unidade no PL e consolida o senador como nome moderado e competitivo para enfrentar Lula na próxima eleição
Por Cláudio Ulhoa
A sinalização de Jair Bolsonaro de que seu filho Flávio Bolsonaro será o nome do PL para a Presidência em 2026 representa mais do que um gesto familiar. Trata-se de um movimento estratégico que busca organizar o campo da direita, estabilizar lideranças e oferecer ao eleitor um projeto politicamente consistente, estruturado e capaz de dialogar com diferentes setores.
Flávio, ao longo dos últimos anos, construiu um perfil diferente do pai e dos irmãos. Tornou-se um articulador moderado, alguém que transita com desenvoltura entre parlamentares, governadores e lideranças empresariais. Essa habilidade, somada à sua experiência como senador, tem sido vista por apoiadores como um diferencial importante para enfrentar uma eleição nacional marcada por debates profundos sobre economia, segurança pública e reconstrução institucional.
Ao escolher Flávio, Bolsonaro envia uma mensagem de unidade: de que a direita precisa estar alinhada para competir com a estrutura política de Luiz Inácio Lula da Silva, que naturalmente buscará manter a polarização como ferramenta eleitoral. Colocar um nome capaz de reduzir ruídos e ampliar alianças é, nesse sentido, um passo calculado, e bem recebido por parte significativa do eleitorado conservador.
Outro ponto importante é que Flávio agrega algo que a direita vinha buscando: previsibilidade. Seu estilo mais ponderado tende a atrair setores do centro político que, apesar de discordarem do PT, resistiam a embarcar em candidaturas de tom mais confrontativo. A combinação entre o carisma herdado da família e a postura serena que desenvolveu no Senado cria um equilíbrio raro no atual cenário.
A escolha também traz um efeito imediato: pacifica discussões internas e encerra especulações sobre outros nomes do mesmo campo, como Tarcísio de Freitas, que reiterou em diversas ocasiões só disputar a Presidência com apoio integral da família Bolsonaro. Agora, com a definição mais clara, o PL pode organizar palanques estaduais, fortalecer lideranças e trabalhar uma campanha mais profissional, com tempo suficiente para consolidar propostas e estratégias.
Flávio, ao assumir o protagonismo, também reforça um novo capítulo do bolsonarismo: menos dependente do improviso e mais empenhado em construir pontes. A direita parece entender que, para crescer, precisa combinar firmeza ideológica com capacidade de diálogo. E essa fusão, goste-se ou não, encontrou em Flávio uma interpretação possível e competitiva.
Ao final, a indicação de Bolsonaro não é apenas uma escolha natural, é um sinal de maturidade política dentro do próprio movimento. O eleitor conservador ganha um nome preparado, experiente e com potencial de ampliar apoio. E o país ganha um adversário robusto na corrida de 2026, capaz de enriquecer o debate político nacional.


