Entre as medidas está a construção de três hospitais de campanha, a abertura de processo seletivo para contratação de profissionais de saúde aposentados e a ampliação da carga horária de servidores da linha de frente
Por Cláudio Ulhoa
O Governo do Distrito Federal (GDF) está correndo contra o tempo para tentar conter a crise causada no sistema de saúde pela pandemia de covid-19. As medidas de prevenção, como o uso de máscaras, higienização das mãos e distanciamento social, não foram suficientes para evitar que a taxa de ocupação de leitos de UTI para pacientes com covid-19 chegasse a 97% – conforme fora divulgado, ontem (10/3), pelo chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha.
Diante da situação, o governo adotou outras medidas para conter o avanço da doença – até à noite, desta quarta-feira, eram 25 mortes e 1.551 novos infectados –como a construção de três hospitais de campanha, a abertura de processo seletivo para contratação de profissionais de saúde aposentados e a ampliação da carga horária de servidores ativos para reforçar o atendimento na linha de frente.
“Temos a necessidade de aquisição de insumos que não podem faltar e sabemos que há uma busca desses insumos por todos os estados. Temos a necessidade de contratação, como é a dos três hospitais de campanha. Nós precisamos equipar esses hospitais e colocar insumos, por isso, o decreto de calamidade nos ajuda muito”, explica o governador Ibaneis Rocha.
Outra medida, que também foi ressaltada pelo governador, é a intenção do governo de ampliar a estrutura do Hospital Regional de Samambaia (HRSam) igual ao que foi feito no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), onde foi construída uma estrutura modular para o atendimento da doença. “Temos trabalhado em parceria com o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), que tem nos ajudado nisso, e, também, o Tribunal de Contas do DF (TCDF), que tem nos assessorado para que a gente faça tudo dentro da mais perfeita legalidade e normalidade”, afirma o governador.
Além disso, a Secretaria de Saúde local deve abrir um processo seletivo para contratação de profissionais de saúde aposentados para atuarem no tratamento de pessoas com covid-19. Deverão ser contratados médicos das especialidades clínica, intensivista adulto, nefrologia, anestesiologia e neonatologia. Profissionais das áreas de enfermagem e fisioterapia também deverão ser contratados.
Para custear todo esse investimento, o Executivo decretou estado de calamidade pública, que permite ao governo obter empréstimos compulsórios, o parcelamento de dívidas, o adiamento na execução de gastos públicos, a antecipação de receitas, a dispensa de licitação para realização de obras, serviços e o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF); também possibilita a captação de recursos junto a fundos.
*Cláudio Ulhoa – Jornalista, membro da Associação dos Blogueiros de Política do Distrito Federal e Entorno – ABBP
