Gerson, morto por leoa, teve vida de abandono e descaso
Gerson, 19 anos, vivia abandono e transtornos mentais sem tratamento. A escalada até a jaula no Parque Zoobotânico de João Pessoa expôs falhas do poder público.
Na manhã do domingo, Gerson, 19 anos, escalou o muro do Parque Zoobotânico Arruda Câmara, em João Pessoa, entrou no recinto da leoa Leona e foi atacado. O jovem morreu no local por choque hemorrágico, segundo a perícia.
Desde a infância, Gerson viveu trajetórias de abandono: afastado da mãe com esquizofrenia, passou por abrigos, fugiu aos 10 anos e teve adoção frustrada enquanto quatro irmãos foram adotados. Conselhos tutelares acompanharam o caso por anos.
Aos 19 anos, Gerson havia sido diagnosticado em 2023 com transtorno de conduta, deficiência intelectual e esquizofrenia, com laudo que pedia tratamento integral, o qual não foi provido. Conforme divulgado pela Agência Brasil.
Percurso de abandono e adoções frustradas
Gerson foi afastado da mãe na infância, e seus quatro irmãos foram adotados. Ele, porém, permaneceu em instituições, fugiu de um abrigo aos 10 anos e teve acompanhamento intermitente do Conselho Tutelar, segundo relatos de profissionais.
Diagnóstico e ausência de tratamento
Somente em 2023 vieram laudos apontando esquizofrenia, deficiência intelectual e transtorno de conduta para Gerson, que recebeu indicação de tratamento integral em saúde mental, mas não teve continuidade no acompanhamento público.
O episódio no zoológico e as investigações
Na manhã do ataque, Gerson, aparentemente em surto, escalou um muro de seis metros, quebrou a segurança e entrou na jaula onde Leona descansava. O felino atacou por instinto; veterinários não precisaram usar tranquilizantes e o animal não será sacrificado.
A prefeitura afirmou que o parque segue normas e classificou o caso como ato imprevisível, enquanto a Polícia Civil apura possibilidade de suicídio. Familiares e a conselheira Verônica criticam a rede pública, afirmando que o poder público falhou com Gerson.


