Guardiola anuncia plano para interromper a carreira: "Está decidido"
Treinador do Manchester City desde 2016, Pep Guardiola revelou em entrevista à edição mais recente da revista GQ Espanha que pretende fazer uma pausa na carreira quando deixar o comando do clube inglês. Aos 53 anos, o técnico catalão disse se sentir como se tivesse “75”, devido à intensa carga emocional e física da profissão.
“Se as coisas não vão bem, as noites ficam mais difíceis, o dia a dia também. O trabalho de treinador é de 24 horas por dia, sete dias por semana. Caso contrário, você não consegue continuar. A pressão é enorme, e é preciso gente por perto para ajudar a relativizar”, afirmou.
Guardiola, que vai para sua 10ª temporada no City, contou que luta para manter o equilíbrio emocional.
“Um amigo meu disse uma vez que tenho três estados como pessoa: eufórico, depressivo e ausente. Tento me manter no meio desses três”, resumiu.
Apesar do tom sincero e, por vezes, melancólico, ele reconhece que a responsabilidade com jogadores, dirigentes e torcedores o impede de parar completamente — por enquanto.
“Há muita gente que confia em você: jogadores, presidente, diretor esportivo… Fica essa sensação de que você pode falhar. Talvez seja algo cultural, ou até religioso. Na minha geração, esse sentimento de culpa era ensinado desde cedo”, pontuou.
Pausa já está decidida
Mesmo com contrato até junho de 2027, Guardiola garantiu que fará uma pausa assim que encerrar seu ciclo no City.
“Está decidido, mais do que decidido: depois do Manchester City, eu vou parar. Não sei por quanto tempo — um ano, dois, dez, quinze… Mas vou parar. Preciso focar em mim, no meu corpo.”
Pep usou uma expressão catalã para descrever esse desejo de simplesmente desacelerar:
“Badar. Quero badar. Como dizia meu avô: ‘Você está me olhando como as vacas olham o trem passar’. É isso. Quero apenas parar e ver a vida passar.”
Por fim, afirmou que não traça planos de longo prazo e prefere deixar o destino conduzi-lo:
“Nunca pensei que seria técnico, que iria para a Alemanha, para a Inglaterra… Achamos que controlamos, mas não. Em algum momento algo vai aparecer e vou decidir: ‘Quero fazer isso ou não?’. Se não quiser, tudo bem. Meu plano agora é simples: parar. Depois, veremos.”