Lucro de planos de saúde sobe a R$4,8 bi no 3º tri

Publicado em: 11/12/2025 23:38

Lucro de planos de saúde registra alta em 2025, com ganhos financeiros e queda da sinistralidade; ANS aponta R$ 4,8 bi no terceiro trimestre e R$ 17,9 bi até set.

As operadoras médico-hospitalares tiveram lucro líquido de R$ 4,8 bilhões no terceiro trimestre de 2025, o maior valor para o período na série nominal iniciada em 2018, com avanço de 64,4% ante 2024.

O desempenho foi puxado por resultados financeiros elevados e melhoria na relação entre receitas e despesas assistenciais, refletindo menor sinistralidade em parte das empresas do setor.

No acumulado até setembro, o segmento médico-hospitalar alcançou R$ 17,2 bilhões de lucro líquido, e o conjunto do setor chegou a R$ 17,9 bilhões; conforme divulgado pela Agência Brasil.

De onde vieram os ganhos

O lucro operacional ficou em R$ 2 bilhões no trimestre, enquanto o resultado financeiro atingiu R$ 4,2 bilhões, impulsionado por juros altos e ganhos com aplicações financeiras, segundo dados da ANS.

Esses números mostram que parte do crescimento do lucro decorre de receita financeira, além da combinação entre receitas de mensalidades e controle de despesas assistenciais.

Impacto para beneficiários e riscos

Ainda que o setor apresente lucro, a ANS alerta para cerca de 7,5 milhões de beneficiários vinculados a operadoras sob regimes especiais, direção fiscal ou programas de ajuste, o que mantém incertezas para usuários.

Consumidores seguem reclamando de cancelamentos e reajustes, enquanto operadoras apontam aumento de custos por novas tecnologias e pelo envelhecimento populacional.

Dados agregados e observações da ANS

Considerando planos médico-hospitalares, odontológicos e administradoras, a receita entre janeiro e setembro foi de R$ 287,3 bilhões, com lucro líquido de R$ 17,9 bilhões, cerca de 6,2% da receita total.

O diretor de normas da ANS, Jorge Aquino, afirmou que o quadro é positivo, mas ressaltou a necessidade de cautela em relação às operadoras em acompanhamento. Em entrevista à Folha, o presidente da agência, Wadih Damous, disse querer entender a discrepância entre lucros e reclamações do setor.

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