
Soberano Opina | A opinião que se impõe
Por Cláudio Ulhoa
Lula chama Boulos para o “ministério da agenda vazia”
Nomeação soa mais como teatro político do que cargo de peso
Por Cláudio Ulhoa
Lula parece ter encontrado a solução mágica para tudo: colocar Guilherme Boulos como ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Um cargo tão “estratégico” que já foi definido por especialistas como a antecâmara de quem o presidente não quer ver. Traduzindo: quando Lula não estiver com paciência, Boulos estará ali, de plantão, pronto para receber sindicalistas, militantes do MST e até aquele vizinho chato que insiste em reclamar do barulho.
O mais curioso é que esse ministério não tem verba, não tem grande influência, mas carrega a pompa de um título de ministro. É quase como dar uma fantasia de super-herói para alguém brincar de salvar o mundo sem poderes. Boulos, que sempre se apresentou como líder combativo, agora entra para o governo justamente para segurar as pontas que Lula não quer segurar. Nada mais simbólico para quem dizia lutar contra o “sistema” do que virar a porta de entrada dele.
Enquanto isso, Márcio Macêdo sai de cena com a lembrança de reuniões no coração de comunidades dominadas pelo crime organizado, currículo que, convenhamos, não dá muito brilho para um cargo político. A substituição soa mais como um jogo de cadeiras que ninguém pediu para assistir.
Em resumo, Lula aposta em transformar Boulos no recepcionista oficial do Planalto, oferecendo um crachá dourado para um posto sem força real. Uma jogada que revela menos estratégia de governo e mais teatro político.