
Soberano Opina | A opinião que se impõe
Por Cláudio Ulhoa
Lula fala em acabar com a fome, mas se farta em iate na COP30
Enquanto o povo luta pra pagar o arroz, o casal presidencial desfruta luxo às margens do debate climático em Belém
Por Cláudio Ulhoa
A ironia no Brasil parece ter virado política de Estado. Enquanto o presidente Lula sobe aos palanques mundo afora prometendo “acabar com a fome”, a realidade escancara outra cena: o casal presidencial flutuando em um luxuoso iate durante a COP30, em Belém. Um evento que, para o povo, virou sinônimo de preços absurdos, como os R$ 99 cobrados por dois salgados e um refrigerante, o lanche mais caro do planeta, talvez.
A conferência climática que deveria discutir o futuro do planeta virou um espetáculo de ostentação. Chefes de Estado hospedados em resorts, coquetéis milionários organizados pela primeira-dama Janja, que, diga-se, ficaram às moscas, e uma elite ambientalista discursando sobre “sustentabilidade” entre uma taça e outra de espumante importado. Enquanto isso, o povo do Pará, que já sofre com o custo de vida, vê a cidade inflar os preços como se estivesse sediando uma Copa do Mundo.
E o presidente, que tanto fala de “empatia social”, não parece sentir o peso do bolso vazio de quem o elegeu. É fácil discursar sobre combater a fome quando se está cercado de lagostas e camarões servidos em bandejas de prata. O contraste é gritante: o brasileiro que mal consegue comprar um pacote de arroz precisa ouvir que “se está caro, é só não comprar”, enquanto o governo multiplica gastos em festas, viagens e regalias.
A COP30, que prometia ser um marco do protagonismo brasileiro na agenda ambiental, virou piada nas redes: a “Flop30”. Um evento que escancarou o abismo entre o discurso e a prática. Porque, convenhamos, é difícil levar a sério uma política climática sustentada por quem prefere navegar em luxo enquanto o país afunda em desigualdade.


