Mais de 240 mulheres acusam recrutador de dopá-las
Vítimas dizem que Christian Nègre oferecia bebidas adulteradas, levava candidatas a áreas sem banheiro e registrava humilhações; processo segue sem julgamento.
O caso envolve mais de 240 mulheres que relatam ter sido dopadas por um funcionário de Recursos Humanos do Ministério da Cultura francês. As denúncias, que teriam se estendido por nove anos, vieram à tona em 2018.
Uma vítima, Sylvie Delezenne, contou ao The Guardian que, em 2015, recebeu um café na entrevista e, pouco depois, passou a sentir tremores, suor e necessidade urgente de ir ao banheiro. A experiência foi descrita como humilhante e traumática.
Segundo relatos, o recrutador Christian Nègre oferecia bebidas adulteradas, conduzia candidatas a áreas externas sem sanitário e prolongava a conversa até que a reação física se tornasse incontrolável, registrando reações e, por vezes, fotografias.
conforme divulgado pelo The Guardian.
Como funcionava o esquema
O método descrito pelas vítimas era padronizado: a bebida era oferecida no início da entrevista, depois a conversa seguia por jardins ou ruas próximas, longe de banheiros, até que a necessidade fisiológica gerasse vergonha e vulnerabilidade.
Impacto nas vítimas
As consequências foram tanto psicológicas quanto profissionais. Muitas desenvolveram pesadelos, acessos de raiva e evitavam voltar a Paris ou a candidatar-se a vagas. Advogadas afirmam que o ato busca poder e humilhação, além da conotação sexual.
Status do processo e acusações
Nègre foi afastado do ministério e proibido de ocupar cargos públicos em 2019. Ele é réu por administração de substâncias ilícitas com intenção de agressão sexual e outros crimes, porém o processo ainda não chegou a julgamento na França.


