Mondelez traz marca de croissants 7Days no Brasil para concorrer com ‘snacks’ assados
Salgados de estufa, sonhos de padaria e bolos estão ganhando um concorrente em escala industrial. A Mondelez (MDLZ34), dona das marcas Bis e Lacta, anunciou a entrada no mercado de lanches assados com os croissants recheados 7Days, em linha com uma tendência de “snackification“.
A marca chega às lojas brasileiras em outubro, nas redes de supermercados e com exclusividade nas lojas de conveniência Oxxo e Shell Select, ambas marcas do Grupo NÓS, joint venture entre Raízen e Femsa. No primeiro momento, o chamado “pão croissant” da 7Days será comercializado apenas na região Sul e em São Paulo.
A movimentação faz parte da estratégia global da Mondelez para liderar o mercado de snacks assados no mundo, estimado em US$ 97 bilhões. No Brasil, parte da ambição da companhia em dobrar o seu negócio até 2030 passa pela liderança na categoria, e investimentos de R$ 400 milhões na expansão de sua capacidade fabril em Curitiba (PR) e Vitória de Santo Antão (PE).
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“O Brasil é uma grande aposta, porque hoje movimenta R$ 4 bilhões [em snacks assados]. Quando comparamos com chocolate, é cinco vezes o tamanho dessa categoria”, diz a vice-presidente de Marketing da Mondelez Brasil, Renata Vieira. “A oportunidade que temos é de desenvolvê-la.”
Ela diz que o consumo per capita de biscoitos e chocolate dentro dos lares está na faixa de 80% a 90%, enquanto na nova categoria esse número é de apenas 40%. Mais: é um mercado em que mais da metade dos produtos são artesanais.
Snack é o nome dado em inglês para lanches rápidos, algo a ser consumido em trânsito ou carregado facilmente. Pode ser uma coxinha frita, um sonho de padaria, ou, no caso da aposta da Mondelez no Brasil, uma espécie de croissant adaptado em três versões doces.
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A empresa aproveitou a força de duas de suas principais marcas regionalmente para lançar a 7Days no Brasil: uma versão é recheada com o chocolate ao leite Lacta, outra com o chocolate branco Laka e a terceira leva uma geleia de morango.
“Chocolate está mais no espaço do conforto, de indulgência. O biscoito tem uma parte do preencher e dar saciedade e quando a gente olha para os snacks assados, é uma categoria no meio, porque ela entrega mais essa saciedade, mas ao mesmo tempo tem os recheios que levam para um lado de mais conforto”, diz Vieira. São atributos que parecem fazer parte de uma tendência global que envolve desde a redução da quantidade de membros nas famílias até o amadurecimento da geração Z.
As peças publicitárias da 7Days exibidas no seu evento de lançamento se destinam justamente a esse público. A ideia é se conectar com jovens cujas rotinas atribuladas de trabalho levam à preferência por refeições mais rápidas e prontas para serem consumidas.
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Essa mudança de hábitos puxada pela geração Z, mas não exclusiva dela, tem sido chamada de “snackification” — ou, em uma adaptação, snackificação.
Dados de uma pesquisa do The Food Institute junto à Kantar e Euromonitor mostram que 6 em cada 10 pessoas preferem incluir snacks ao longo do dia em vez de consumirem apenas grandes refeições. 65% consideram a conveniência um fator essencial ao escolher alimentos e bebidas.
Foi de olho justamente nessas mudanças de hábitos que a Mondelez adquiriu em 2021 a Chipita, empresa de croissants e salgadinhos assados fundadora do 7Days.
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A companhia grega fundada em 1973 chegou à Mondelez já com vendas anuais de 1 bilhão de croissants ao ano e uma operação nas Américas e no México, mas foi só depois da aquisição que a preparação para a chegada da 7Days no Brasil começou, em 2023, com um piloto de vendas em Curitiba.
Desde então, a Mondelez adaptou a fórmula do produto para o gosto nacional. “É um croissant diferentemente de outros da Mondelez mundo afora. É o maior percentual de recheio que a gente tem nessa plataforma, um croissant mais recheado. A gente sabe como o brasileiro é”, conta o diretor de biscoitos e snacks assados da Mondelez Brasil, Felipe Pedrolli.
Embora a distribuição do produto inicie restrita à região Sul e ao estado de São Paulo, a capacidade de produção já atenderia todo o país, mas a empresa preferiu começar os testes nas regiões em que o mercado de biscoitos e chocolate é mais maduro.
“Tudo foi desenhado para atender à demanda de todo o Brasil. É muito mais um aprendizado nosso para que a gente depois possa ir mais redondo ainda para as outras regiões”, conta Vieira. A exclusividade com as conveniências do Grupo NÓS dura até dezembro.
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