Morte de streamer: Jogadores do PSG e Marseille estariam em transmissão

Publicado em: 23/08/2025 11:37

Dois jogadores de futebol foram mencionados em uma polêmica transmissão ao vivo que terminou com a morte do streamer francês Raphaël Graven, conhecido na internet como Jean Pormanove ou JP. O criador de conteúdo, de 46 anos, foi encontrado morto em sua casa, perto de Nice, na última segunda-feira (19).

Segundo o jornal francês Le Parisien, o atacante do Paris Saint-Germain Bradley Barcola e o ex-jogador do Olympique de Marselha Pierre-Emerick Aubameyang apareceram em vídeos transmitidos pouco antes da morte. De acordo com os diários Libération e L’Équipe, as participações ocorreram a partir da 270ª hora da chamada “maratona” de lives, realizada na plataforma Kick, cujo objetivo era arrecadar 40 mil euros em doações.

'Streamer' é morto durante transmissão ao vivo na França

Raphaël Graven, de 46 anos, conhecido por Jean Pormanove ou JP, morreu enquanto dormia durante uma transmissão que durava há vários dias. Num canal que compartilhava com outros ‘streamers’, era agredido e humilhado com frequência.

Notícias ao Minuto Brasil | 04:35 – 21/08/2025

Nos registros, Aubameyang incentiva os participantes a “ligarem os cérebros para terminar o jogo”, em referência à meta financeira. Logo depois, um vídeo de Barcola foi exibido com mensagem de apoio: “Muita força para o desafio, estamos todos com vocês, sabemos que vocês conseguem”.

Repercussão e defesa dos atletas
A presença dos jogadores no evento gerou questionamentos, principalmente após denúncias de que Graven teria sofrido maus-tratos severos durante os desafios online.

A equipe de Barcola reagiu com firmeza, negando qualquer envolvimento. Em nota, representantes do atleta afirmaram que a gravação em que aparece foi feita no início de agosto e que o vídeo foi transmitido sem autorização. “Bradley não estava presente ao vivo naquela noite”, ressaltaram. Já Aubameyang preferiu não se pronunciar até o momento.

Resultado da autópsia
As investigações avançaram com a divulgação do laudo médico, apresentada na quinta-feira (22) pelo procurador de Nice, Damien Martinelli. Segundo ele, a autópsia afastou a hipótese de crime. O corpo não apresentava lesões traumáticas significativas, apenas hematomas leves e marcas antigas já cicatrizadas.

“As prováveis causas da morte parecem ser médicas e/ou toxicológicas”, disse Martinelli, que solicitou exames complementares. O procurador também informou que Graven poderia ter sofrido de problemas cardíacos e realizava tratamento para doença na tireoide.

As conclusões contradizem boatos divulgados pela imprensa francesa, que apontavam que o streamer teria morrido após “dez dias de tortura”, submetido a privação de sono e consumo de substâncias nocivas.

O lado obscuro das transmissões
A tragédia chamou a atenção para um fenômeno apelidado de “streams de humilhação”, em que criadores de conteúdo aceitam desafios abusivos em troca de doações. Relatos apontam que Graven era submetido a agressões físicas, como tapas, estrangulamentos e até alimentação forçada, durante transmissões comandadas pelos influenciadores Owen Cenazandotti e Safine Hamadi.

De acordo com jornais locais, a live que antecedeu a morte arrecadou mais de 31 mil libras (cerca de 35,8 mil euros) em doações de espectadores que incentivaram os abusos.

Reações oficiais
Diante da repercussão, a Kick, plataforma responsável pelas transmissões, anunciou o banimento imediato de todos os envolvidos e afirmou que vai revisar o conteúdo produzido em francês.

A ministra francesa para Assuntos Digitais, Clara Chappaz, classificou o episódio como um “horror absoluto” e cobrou que empresas de tecnologia reforcem medidas de proteção a criadores considerados vulneráveis.

Enquanto autoridades aguardam os resultados dos exames toxicológicos, a morte de Graven continua a provocar debates sobre os limites da interação online e os riscos de formatos extremos de entretenimento digital.

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