Motta e Alcolumbre falam em soberania, apoiam Lula e isolam ainda mais Bolsonaro
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Os presidentes do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), falaram nesta quarta-feira (16) em defender a soberania brasileira em reação ao tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em reunião com o vice-presidente da República e ministro Geraldo Alckmin e a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, Alcolumbre e Motta colocaram o Congresso Nacional do governo Lula (PT) e disseram que a reação deve ser liderada pelo Executivo.
Em vídeo enviado à imprensa, Alcolumbre disse que houve uma agressão ao Brasil e afirmou que o Legislativo está comprometido em defender a soberania nacional, os empregos e os empresários. O senador também elogiou Lula por ter empoderado Alckmin no processo.
Estamos unidos e empenhados em defender os interesses do Brasil por meio do diálogo e da negociação. Agradeço ao presidente @LulaOficial pela confiança e aos presidentes do Senado e da Câmara, @davialcolumbre e @HugoMottaPB, pelo trabalho conjunto. 🇧🇷 pic.twitter.com/O64ibItCSg
— Geraldo Alckmin 🇧🇷 (@geraldoalckmin) July 16, 2025
Nem Alcolumbre nem Motta fizeram nenhuma citação à anistia a Jair Bolsonaro (PL) e aos golpistas do 8 de Janeiro -cuja aprovação tem sido cobrada por Eduardo e Flávio Bolsonaro, filhos do ex-presidente, para reverter a sobretaxa anunciada por Trump aos produtos brasileiros.
“Vejo nesse momento de agressão ao Brasil e aos brasileiros, isso não é correto. E temos que ter firmeza, resiliência, e tratar com serenidade essa reação. Buscar estreitar os laços e fazer as coisas acontecerem em defesa dos brasileiros”, disse Alcolumbre no vídeo.
A declaração da cúpula do Congresso aprofunda o isolamento político de Bolsonaro e seus filhos diante do tarifaço. Governadores de direita que enalteceram Trump e atacaram Lula em um primeiro momento mudaram o discurso, agora admitindo o impacto da sobretaxa e buscando saídas diplomáticas.
O tarifaço é uma consequência da ação de Eduardo nos Estados Unidos, para onde se mudou para pressionar o governo americano a tomar medidas contra o STF (Supremo Tribunal Federal) diante da investigação da trama golpista que mira seu pai e aliados.
A situação política de Bolsonaro, acusado de tentar um golpe de Estado, foi citada por Trump na carta em que anunciou a sobretaxa de 50% sobre os produtos brasileiros importados. Segundo o republicano, o Brasil está fazendo “uma coisa horrível” com o ex-presidente.
“Eu tenho assistido, assim como o mundo, enquanto eles não fazem nada além de persegui-lo, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano. Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”, afirmou Trump em um post na Truth Social.