Nova patrocinadora do Flamengo atuou no alerta sobre apostas em Bruno Henrique

Publicado em: 20/08/2025 11:16

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Nova patrocinadora master do Flamengo, a Betano está entre as empresas que travaram apostas no cartão amarelo de Bruno Henrique, em 2023, no episódio que gerou processos contra o atacante.

A falta do depósito de retorno das apostas no jogo entre Flamengo e Santos, pelo Brasileiro 2023, gerou diálogos aflitos por parte de Wander Nunes Júnior, o Juninho, irmão do atacante do Flamengo.

A PARTICIPAÇÃO DA BETANO

A Betano faz parte da Associação Internacional de Integridade nas Apostas (Ibia, sigla em inglês), responsável pelo relatório que iniciou a investigação no caso.

Segundo os documentos do processo envolvendo Bruno Henrique, a Betano relatou a ocorrência de nove apostas no valor máximo no cartão amarelo de Bruno Henrique em um intervalo de três horas. A maioria em contas recém-criadas.

A informação nos autos menciona: 98% das apostas do mercado de cartões da Betano foram direcionadas ao atleta, o que fez a operadora, pela suspeita de manipulação, suspender a oferta desse mercado um dia antes do jogo.

As odds para o amarelo de Bruno Henrique na Betano estavam em 3,10.

Das 14 apostas levantadas inicialmente pela Polícia Federal na fase de inquérito, seis foram feitas na Betano.

Três delas eram de titularidade de parentes de Bruno Henrique -Juninho, o irmão, Ludymilla, a cunhada, e Poliana, a prima.

Os valores e retorno eram iguais: pagando R$ 380,86, cada um receberia R$ 1.180,67.

APOSTA TRAVADA, AVISO POR E-MAIL

Na curiosidade de saber o que teria acontecido com as apostas, Ludymilla enviou questionamento à Betano.

A conta dela tinha sido usada por Juninho para realizar as apostas, segundo as conversas interceptadas na investigação.

“Informamos que a aposta encontra-se em aberto devido a uma investigação por parte do departamento de traders”, disse a casa de apostas, em novembro de 2023.

Juninho passou os dias seguintes questionando Ludymilla. Já em setembro de 2024, ele ainda tinha curiosidade: “Olha na conta da Betano aí se o dinheiro caiu”.

O dinheiro preso lá até virou motivo de briga do casal. “Se cair dinheiro lá, fica de pensão dos meninos!”, respondeu Ludymilla em um dos diálogos.

Em outro diálogo, com um amigo que chegou a ser indiciado, mas não virou réu, Wander Júnior perguntou: “Da Betano já caiu?”. A resposta foi uma negativa.

DEFESA DE BRUNO HENRIQUE QUESTIONOU EMPRESA

Ainda nas primeiras alegações, a defesa de Bruno Henrique questionou na época o papel da Betano no relatório que apontou as suspeitas iniciais.

“A Betano, como se sabe, é patrocinadora atual tanto da Copa do Brasil como do Clube Atlético Mineiro, agremiação esportiva que disputou a final do torneio contra o Clube de Regatas do Flamengo, equipe da qual o ora peticionário é atleta, na mesma semana em que a espetaculosa e truculenta operação policial foi deflagrada em seu prejuízo”, foi um dos parágrafos da peça de defesa.

Os advogados do jogador acrescentaram: “Logo, não há motivo algum para se atribuir credibilidade cega absoluta às informações da referida associação de casas de apostas”.

O processo na Justiça comum avançou. Bruno Henrique virou réu com base no artigo da Lei Geral do Esporte que trata de manipulação de partidas.

No entanto, a decisão inicial do juiz foi não enquadrá-lo em estelionato, como queria o Ministério Público do Distrito Federal. A alegação foi a de que os promotores não juntaram representações formais das casas de apostas a respeito dos fatos. É como se fosse um crime sem Boletim de Ocorrência.

Logo, sem uma vítima do estelionato, o jogador não foi enquadrado, segundo entendeu o juiz. O MP recorre e tenta fazer o magistrado mudar de ideia.

As provas da Justiça comum foram compartilhadas com o Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Nele, Bruno Henrique foi denunciado, aguarda julgamento e pode ser punido com até dois anos de suspensão.

Questionada inicialmente pela defesa de Bruno Henrique, a Betano foi anunciada como patrocinadora máster do Flamengo até o fim de 2028. Será o maior patrocínio do futebol brasileiro, rendendo R$ 268 milhões por ano.

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