Novo motorista reforça testemunho que rebate versão sobre acidente de Jota

Publicado em: 11/07/2025 10:29


SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Dois motoristas que alegam terem testemunhado o acidente de carro que matou Diogo Jota e o irmão André Silva afirmaram que o ex-jogador do Liverpool não estava dirigindo em “alta velocidade”, divergindo da versão das autoridades espanholas

As duas supostas testemunhas rebateram o que foi apontado pela investigação inicial da Guarda Civil de Zamora. O relatório indicou que Diogo Jota estava conduzindo a Lamborghini Huracán em “alta velocidade” pela estrada A-52, sem especificar qual a velocidade exata, e que o veículo teve um problema no pneu antes da batida.

Um segundo motorista corroborou o que foi dito pelo caminhoneiro que filmou o estado do carro o acidente: Jota dirigia em “velocidade moderada”. José Aleixo Duarte disse, ao jornal português Correio da Manhã, que havia sido ultrapassado pelo atacante cinco minutos antes da batida e negou que o veículo estava em excesso de velocidade. Ele ainda acrescentou que tentou extinguir as chamas do veículo, mas que não conseguiu, e criticou o “mau estado” da rodovia.

Nesta quarta-feira (9), o primeiro caminhoneiro a se pronunciar saiu em defesa do ex-jogador contra imprudência ao volante. Nas redes sociais, José Azevedo, autor da gravação que mostrou a Lamborghini completamente destruída, detalhou o que ocorreu antes e após o acidente.

O QUE O CAMINHONEIRO QUE GRAVOU O VÍDEO DISSE?

Houve excesso de velocidade? “Eles passaram por mim super tranquilos e sem excesso de velocidade. Eu próprio mandei o vídeo para a CMTV [emissora portuguesa] porque eu comecei a ouvir barbaridades. Eu nem sabia quem era naquele dia. Soube no dia seguinte porque, quando cheguei ao meu destino, compartilhei o vídeo com a minha esposa. Soube só de manhã que os irmãos que estavam dentro do carro.”

Condições da estrada. “Vocês têm a minha palavra que eles não trafegavam com excesso de velocidade. Eles iam super tranquilos. Eu dirijo nesta estrada de segunda a sábado e sei que ela não vale merda nenhuma. É uma estrada escura. Eu consegui ver a marca e a cor do carro.”

Ataques diante das imagens. “Pensei duas vezes antes de fazer este vídeo, mas tenho que fazê-lo porque quando vejo aqui alguns energúmenos tentando manchar a imagem de uma pessoa, eu tenho que falar. Viralizou um vídeo na internet do carro do Diogo Jota pegando fogo. Supostamente foi um caminhoneiro que filmou e que não prestou os primeiros socorros. Esse caminhoneiro era eu, fui eu que filmei e tenho provas disso.”

Tentativa de ajuda. “Vi comentários estúpidos de que o caminhonheiro havia filmado só para ter likes. Não, ele não precisa de likes para nada e não tem que provar nada a ninguém. O caminhoneiro, que fui eu, filmou, parou, pegou no extintor e tentou ajudar. Eu tentei ajudar, mas devido ao impacto do acidente, não dava para fazer nada, rigorosamente nada.”

Recado aos familiares. “Presto os meus sinceros sentimentos. Estou de consciência tranquila, eu sei o que vi. Infelizmente foi o desfecho que foi. Filme, parei, tentei ajudar, mas infelizmente não dava pra fazer nada. Sei o que passei naquela noite porque não sabia quem estava lá dentro. Só tenho pena que não seja nenhuma das pessoas que vêm para me criticar minha dignidade o homem que eu sou.”

O QUE A INVESTIGAÇÃO SOBRE O ACIDENTE JÁ APONTOU

Excesso de velocidade e um defeito em uma das rodas são as causas mais prováveis do acidente. Isso consta no relatório preliminar feito pela Guarda civil espanhola. A investigação ainda está em curso e não especifica qual era a velocidade no momento do acidente.

Um dos pneus deixou marcas no asfalto a cerca de 100 metros do local do impacto. O comprimento do rastro na estrada foi de cerca de 50 metros. O documento preliminar não indica se um pneu teria furado, conforme foi relatado após a tragédia.

O fato de o veículo ter pegado fogo após o acidente complica o andamento da investigação. A batida ocorreu após o carro, que veio a ficar completamente destruído, ter perdido controle e saído da pista. O incêndio a coleta de provas que poderiam acelerar o processo.

As provas coletadas pelos investigadores indicam que Diogo Jota era o condutor da Lamborghini. A definição da posição dos ocupantes foi feita após os familiares reconhecerem as identidades dos dois irmãos por meio da localização dos pertences pessoais, já que os corpos foram bastante danificados pelo incêndio.

O acidente ocorreu enquanto Diogo e André Silva viajavam de carro durante trajeto da Espanha para a Inglaterra. O ex-atacante do Liverpool havia passado por cirurgia recente no pulmão e, por isso, havia sido orientado a não viajar de avião. Ele dirigia até Santander, onde seguiria de balsa. Jota começaria a preparação para próxima temporada e estava acompanhado do irmão, que jogava no Penafiel.

O QUE AINDA FALTA DESCOBRIR

Qual era a “alta velocidade” do carro no momento da batida. Segundo o jornal espanhol El Mundo, a Guarda Civil de Zamora acredita que a Lamborghini Huracán possuía GPS integrado e que, com isso, poderá saber a quantos km/h o veículo andava quando ocorreu o acidente.

O que causou o problema em pneu/roda. A decomposição da borracha indicou que um pneu apresentou defeito e que pode ter causado ou contribuído para o acidente. Porém, ainda não foi possível bater o martelo se o pneu estourou ou se houve algum problema na roda.

Identidade do caminhoneiro que gravou vídeo viral ou de outras testemunhas. As autoridades também buscam identificar o motorista de caminhão que filmou o carro com Jota e o irmão pegando fogo após o acidente. No entanto, a curta duração da gravação, de cerca de 25s, dificulta os trabalhos de reconhecimento. Além disso, nenhuma outra possível testemunha foi encontrada.

Detalhes sobre o estado da Lamborghini alugada. O carro do acidente pertencia a uma locadora de luxo de Barcelona, de acordo com o El Mundo. As autoridades solicitaram os documentos do veículo para averiguar as condições.

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