Gonet citou falta de provas e limitações da apuração jornalística ao arquivar pedido que apontava suposta atuação de Alexandre de Moraes e de sua esposa no caso do Banco Master.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidiu arquivar a representação que pedia investigação do ministro Alexandre de Moraes e de sua esposa no contexto do Banco Master. O despacho foi publicado no sábado, 27.

A ação foi proposta pelo advogado Enio Martins Murad, que mencionou conversas entre Moraes e o presidente do Banco Central e um contrato de advocacia da esposa com o banco, além de supostas infrações administrativas e penais.

Gonet apontou a ausência de lastro probatório mínimo e observou que a narrativa jornalística se fundamenta em fontes não confirmadas, com limitação adicional pelo sigilo de fonte, conforme divulgado pela TV Globo.

Fundamentos do arquivamento

No despacho, o PGR afirmou que não há elementos concretos ou indícios materiais que sustentem a acusação, e que relatos anônimos impedem a instrução probatória. A decisão considerou insuficientes as matérias jornalísticas para abrir investigação.

Posição de Alexandre de Moraes

O ministro declarou que as reuniões com o presidente do BC, Gabriel Galípolo, tratavam exclusivamente da aplicação da Lei Magnitsky, medida dos Estados Unidos, negando qualquer atuação em favor de interesses privados relacionados ao Banco Master.

Repercussão e próximos passos

O Banco Central decretou a liquidação do Banco Master por suspeita de fraude e houve prisão preventiva do banqueiro Daniel Vorcaro, que depois obteve habeas corpus. O escritório Barci de Moraes prestou serviços ao banco antes da liquidação, mas a PGR não viu ilicitude.